O governo estudantil da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), enfrenta sérias acusações de discriminação contra estudantes judeus e sionistas em suas práticas de contratação. As alegações foram formalizadas em uma denúncia submetida ao Conselho Judicial da Associação de Estudantes de Graduação da UCLA (USAC) esta semana.
A queixa destaca que a comissária de Assuntos Culturais (CAC), Alicia Verdugo, orientou sua equipe a excluir sionistas do processo seletivo para aproximadamente 25 posições remuneradas, que incluem vagas para apoio a eventos promovidos pelo órgão.
Uma captura de tela anexada à denúncia mostra Verdugo enviando mensagens de texto a sua equipe, alertando sobre candidatos com tendências sionistas e pedindo pesquisas detalhadas antes de aprová-los. Em uma dessas mensagens, Verdugo escreveu:
“PSA: muitos sionistas estão se inscrevendo — façam sua pesquisa ao avaliar os candidatos, e compartilharei uma lista de ‘não contratar’ durante o retiro.”
A denúncia também cita um documento interno da CAC que classifica o sionismo como uma ideologia de ódio, equiparando-o a racismo, transfobia e outras formas de discriminação. Esse documento estabelece que qualquer funcionário pode ser removido caso demonstre apoio ao sionismo ou a qualquer uma das ideologias mencionadas.
O documento submetido ao Conselho Judicial alega que candidatos identificados como judeus foram sistematicamente rejeitados, mesmo que suas candidaturas não mencionassem Israel ou conflitos no Oriente Médio. Um exemplo mencionado é o de um estudante que, em sua aplicação, destacou sua dedicação ao direito de expressar sua identidade religiosa e cultural, enquanto outro mencionou sua observância das leis do Shabat judaico. Ambos foram rejeitados sem justificativas aparentes.
Nenhum dos candidatos selecionados pelo CAC mencionou judaísmo ou práticas relacionadas, o que levou à acusação de que as práticas da CAC violam leis estaduais e federais que proíbem discriminação com base em religião ou etnia.
O ambiente na UCLA tornou-se cada vez mais hostil aos judeus desde o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023. Desde então, manifestações anti-Israel, algumas consideradas antissemitas, têm sido frequentes no campus. Em agosto, um tribunal federal ordenou que a universidade parasse de permitir atividades de agitadores antissemitas que obstruíam o acesso de estudantes judeus a certas áreas do campus.
A denúncia contra Verdugo destaca que seu discurso antijudaico não é recente. Em 2023, ela foi acusada de dizer a um estudante judeu: “Você simplesmente não tem a vontade ou empatia para entender que seus pais são mentirosos. Eles são brancos e se beneficiam da supremacia branca, independentemente da afiliação religiosa.”
Além disso, após o ataque do Hamas, a CAC divulgou um comunicado nas redes sociais afirmando: “Honramos os palestinos na linha de frente retomando sua terra e soberania!”
A comunidade judaica e organizações de apoio aos direitos civis reagiram com indignação às revelações. Dan Gold, diretor do Hillel na UCLA, disse:
“Estamos profundamente preocupados com o fato de líderes estudantis discriminarem abertamente estudantes judeus. Essas mensagens ilustram como o ódio antijudaico está enraizado e expressado sem consequências no campus da UCLA.”
Bella Brannon, editora-chefe da revista judaica Ha’Am, que apresentou a denúncia, afirmou:
“A administração da UCLA tem sido conivente, ignorando alertas sobre o comportamento da CAC e permitindo que sua retórica de ódio continue impune. Isso só encorajou mais violações do código universitário e da lei federal.”
Brannon também destacou que os órgãos de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) da UCLA, criados para proteger minorias, falharam em agir diante das repetidas denúncias contra Verdugo.
Além das práticas de contratação, a CAC foi acusada de negar a estudantes judeus a participação em eventos, como uma “noite de microfone aberto” intitulada “F** your bans”*. O evento foi promovido para criticar restrições impostas pela UCLA a manifestações anti-Israel. Há também relatos de que um estudante judeu foi bloqueado da conta oficial da CAC na rede social X (antiga Twitter).
A denúncia ressalta que essas ações têm impacto direto na segurança e bem-estar dos estudantes judeus no campus, criando um ambiente hostil e excludente.
A administração da UCLA ainda não respondeu formalmente às novas acusações, mas grupos como o Hillel e outros órgãos de apoio à comunidade judaica pedem ações imediatas. A pressão agora está sobre a universidade para investigar e responsabilizar os envolvidos, protegendo os direitos dos estudantes judeus.
Reportado por Kassy Akiva no DailyWire.