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Massacre No Haiti: Mais De 100 Mortos Em Ataques Ordenados Por Líder De Gangue

Dec 10, 2024
thefarol.com
Reprodução / X / @HaitiInfoProj

Mais de cem pessoas foram brutalmente assassinadas no último fim de semana em Porto Príncipe, capital do Haiti, em ataques ordenados por Monel ‘Mikano’ Felix, líder de uma das gangues mais influentes da região. De acordo com relatos da imprensa local, o massacre foi desencadeado após declarações de um padre que associaram a morte do filho de Felix, em 7 de dezembro, a um ritual de vodu.

Os ataques ocorreram entre a noite de sexta-feira, 6, e o sábado, 7, concentrando-se na seção Wharf Jeremie, dentro da favela de Cité Soleil, área conhecida por ser controlada por gangues. A National Human Rights Defense Network (RNDDH) informou que 110 pessoas perderam a vida, sendo 60 na sexta-feira e 50 no sábado. A maioria das vítimas era formada por praticantes de vodu, religião oficial do Haiti, mas frequentemente alvo de preconceito e violência.

Testemunhas relataram cenas de extrema brutalidade, com algumas casas sendo palco de múltiplos assassinatos simultâneos. “Em certas residências, até seis pessoas foram mortas juntas”, disse uma fonte local. Muitos corpos foram queimados nas ruas, o que, segundo Pierre Espérance, diretor-executivo da RNDDH, pode indicar que o número real de mortos seja ainda maior do que o registrado oficialmente.

Wharf Jeremie, onde a maior parte dos assassinatos ocorreu, é uma área de difícil acesso e considerada um reduto praticamente impenetrável pela polícia haitiana. A ausência de uma força policial efetiva permitiu que os ataques prosseguissem sem interrupções significativas, agravando a tragédia.

O vodu, religião de raízes africanas trazida por escravos ao Haiti, é amplamente praticado no país, mas permanece cercado de estigmas. Esse não é o primeiro caso de violência associado a Monel Felix. Em 2012, ele foi responsabilizado pela morte de 12 mulheres idosas que praticavam a religião, mas nunca foi condenado.

Até o momento, Felix não foi localizado pelas autoridades e também não emitiu declarações públicas sobre os recentes ataques. O caso está sendo monitorado pela RNDDH e por outras organizações de direitos humanos, que alertam para a crescente insegurança no país.

Reportado pela Redação Oeste na Revista Oeste.

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