A presidente mexicana Claudia Sheinbaum, de postura alinhada à esquerda radical, enviou uma carta ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça-feira, ameaçando retaliar comercialmente caso os EUA implementem tarifas de 25% sobre o México e o Canadá. A medida havia sido anunciada por Trump como uma tentativa de conter o fluxo de drogas e imigração ilegal nas fronteiras americanas.
Sheinbaum, de 62 anos, afirmou na carta que “para cada tarifa, haverá uma resposta equivalente, até que coloquemos em risco nossas iniciativas conjuntas”. Apesar disso, ela destacou que “o diálogo é o melhor caminho” para lidar com os desafios enfrentados por ambos os países.
Sheinbaum defendeu a criação de um “novo modelo de mobilidade laboral” entre os dois países e sugeriu que os Estados Unidos deveriam investir menos em guerras e mais em iniciativas de desenvolvimento para abordar as causas fundamentais da migração. “Se uma pequena porcentagem do que os EUA destinam para guerras fosse utilizada para construir paz e desenvolvimento, abordaríamos as raízes da mobilidade humana”, escreveu.
A presidente também afirmou que o México está disposto a colaborar para combater a epidemia de fentanil nos EUA. Contudo, ela minimizou a responsabilidade mexicana, alegando que os produtos químicos usados para fabricar a droga chegam de “países asiáticos”, sem mencionar diretamente a China, considerada a principal origem desses insumos.
Além disso, Sheinbaum culpou a violência no México pela entrada de armas vindas dos EUA. “Nós não produzimos essas armas, nem consumimos drogas sintéticas”, disse. “Tragicamente, vidas são perdidas em nosso país devido à violência gerada para atender à demanda por drogas nos Estados Unidos.”
Sheinbaum afirmou que o México reduziu em 75% o número de imigrantes ilegais que chegam à fronteira sul dos EUA e atribuiu metade dessas travessias ao uso do aplicativo CBP One, desenvolvido pelo governo Biden para organizar a entrada de migrantes. “Por essas razões, as caravanas de migrantes não chegam mais à fronteira”, afirmou, ignorando o fato de que milhões de imigrantes ilegais cruzaram a fronteira nos últimos anos.
Chad Wolf, ex-secretário interino do Departamento de Segurança Interna (DHS) dos EUA, contestou as declarações de Sheinbaum e da administração Biden. Segundo ele, os números apresentados pelo governo americano mascaram a realidade. Wolf afirmou que, em junho de 2024, além dos 84 mil imigrantes apreendidos pela Patrulha de Fronteira, outros 47 mil usaram o aplicativo CBP One para agendar sua entrada nos EUA, 56 mil atravessaram ilegalmente sem serem capturados e cerca de 30 mil receberam permissão de entrada por meio de programas específicos.
“O total de cruzamentos ilegais em junho ultrapassou 215 mil pessoas, não 84 mil, como o governo Biden-Harris quer que você acredite”, declarou Wolf.
Reportado por Ryan Saavedra no DailyWire.