Na última quarta-feira, a CNN exibiu um painel com mães e crianças que se identificam como transgênero, em meio ao debate da Suprema Corte sobre a proibição de procedimentos médicos irreversíveis em menores no estado do Tennessee. A iniciativa gerou duras críticas, com muitos apontando que o programa promoveu "propaganda" em defesa de ideologias transgênero.
O painel, apresentado por Lucy Kafanov, reuniu mães e filhos para discutir suas preocupações com a proibição de procedimentos médicos para jovens trans e expressar temores relacionados à administração Trump, que será empossada em janeiro. Durante o programa, Kafanov questionou os participantes sobre os US$ 200 milhões que os republicanos gastaram em anúncios considerados "anti-trans" e como eles estavam lidando com a vitória eleitoral de Trump.
Hazel Heinzer, uma das mães participantes, afirmou: “Não sei que tipo de cuidados meus filhos vão precisar no futuro, mas acredito na autonomia corporal e nos direitos dos pais. Meus filhos merecem acesso ao mesmo cuidado que salva vidas que outras crianças cisgênero recebem, sem interferência de políticos.”
Outro ponto frequentemente destacado foi o suposto aumento nas taxas de suicídio entre jovens transgênero, caso os procedimentos sejam negados. Ativistas frequentemente afirmam que os pais têm duas escolhas: aceitar os tratamentos ou perder seus filhos para o suicídio. No entanto, estudos indicam que esses procedimentos podem, na verdade, aumentar o risco de tentativas de suicídio entre jovens.
Michelle Callahan-Dumont, outra mãe, relatou perguntas assustadoras feitas por seu filho, de 10 anos, após a eleição de Trump: “Vamos ter que nos mudar?”, “Vão me tirar de você?” e “Não poderei mais ter minha medicação?”. A mãe ainda afirmou que seu filho “sabia desde o nascimento” que se identificava como transgênero.
O garoto disse à CNN que teme ser morto devido à sua identidade: “Tenho medo de que, um dia, enquanto ando pela rua, alguém simplesmente venha e me atire.” Ele também compartilhou que as campanhas republicanas contra os procedimentos o faziam sentir-se “morto por dentro”.
Paul Dupont, diretor de comunicações do American Principles Project, classificou o segmento como um exemplo claro de propaganda. “Se alguém ainda se pergunta por que tantas pessoas estão abandonando canais como a CNN, este segmento é a resposta. É um exemplo perfeito da propaganda descarada promovida por veículos tradicionais de notícias, mesmo quando a opinião pública está se voltando contra eles.”
Dupont também criticou a abordagem de Kafanov, afirmando que ela estava manipulando crianças vulneráveis ao enquadrar os esforços conservadores como uma ameaça à “existência” dessas crianças. “Os jornalistas como Kafanov têm sido os principais responsáveis por convencer jovens transgêneros de que suas vidas estão em risco. Colocar essas crianças claramente angustiadas na televisão nacional apenas valida as preocupações de que elas estão sendo usadas para promover a ideologia de gênero, sem nenhuma consideração pelo seu bem-estar.”
As crianças no painel também expressaram frustrações sobre o impacto dessas discussões em suas vidas. Uma delas afirmou que sua infância foi “arruinada” por ter que lidar com “tantas pessoas racistas e anti-trans.”
Já Lizette Trujillo, outra mãe, destacou que sua filha, agora com 17 anos, tem feito lobby desde os 9 anos e passou a maior parte da vida “defendendo sua existência.” A jovem declarou esperar que os políticos foquem em “problemas reais, como mudanças climáticas, ao invés de usar nossas identidades como peões para ganhar votos.”
O segmento da CNN também levantou preocupações sobre como as narrativas da mídia podem influenciar os jovens. Dupont concluiu: “A decisão da CNN de expor crianças angustiadas na televisão nacional só reforça as críticas de que elas estão sendo instrumentalizadas para avançar a causa da ideologia de gênero.”
Reportado por Leif Le Mahieu no DailyWire.