Seis pessoas morreram nesta terça-feira (28) durante confrontos entre apoiadores do ex-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan e forças de segurança em Islamabad. Os protestos, desencadeados pela prisão de Khan, têm paralisado a capital desde o último domingo.
Cerca de 4 mil apoiadores de Khan foram presos, enquanto o governo suspendeu serviços de internet e bloqueou vias estratégicas na tentativa de conter os atos. Manifestantes romperam barreiras de contêineres colocadas para isolar o centro da cidade e enfrentaram a polícia, que usou gás lacrimogêneo e tiros de advertência para dispersar as multidões.
Bushra Bibi, esposa de Imran Khan, lidera os protestos, progredindo lentamente em direção à Praça D-Chowk, localizada na Zona Vermelha de Islamabad, que abriga prédios governamentais e está sob controle do exército. A praça também abriga o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, em visita ao país.
O ministro do Interior, Mohsin Naqvi, autorizou a polícia a responder com fogo caso os manifestantes atirem contra as forças de segurança. “Se atirarem, o tiro será revidado”, disse o manifestante Shahzor Ali, reforçando a determinação de permanecer até que Khan seja libertado.
Entre os mortos estão quatro membros das forças de segurança e um civil, que faleceu após um veículo avançar sobre uma rua. Outro policial morreu em um incidente separado. Além disso, jornalistas também foram atacados durante os confrontos, incluindo um cinegrafista da Associated Press, que sofreu ferimentos na cabeça.
Imran Khan, deposto em 2022 por um voto de desconfiança no Parlamento, enfrenta mais de 150 acusações criminais, que sua legenda, o Pakistan Tehreek-e-Insaf, classifica como perseguição política. Ele está preso desde agosto de 2023, após uma condenação por corrupção.
O governo ofereceu um local para manifestações nos arredores da cidade, mas a proposta foi rejeitada pelos manifestantes, que exigem a libertação de Khan. O ministro da Informação, Atta Tarar, acusou Bushra Bibi de incentivar a violência, afirmando que ela busca “derramamento de sangue” para pressionar o governo.
As autoridades suspenderam serviços de internet e bloquearam plataformas de mensagens amplamente usadas pelo partido de Khan para coordenar os protestos. A rede social X (antigo Twitter), já banida no país, foi completamente inacessível, mesmo com VPNs. Escolas foram fechadas e a mobilidade entre Islamabad e outras cidades está severamente restringida.
O primeiro-ministro Shehbaz Sharif condenou os ataques, classificando os manifestantes como um "grupo anarquista" que deliberadamente tem como alvo as forças de segurança. Enquanto isso, as ruas de Islamabad permanecem desertas, e o futuro político de Imran Khan e de seu partido continua incerto.
Reportado pela Associated Press na Fox News.