O Papa Francisco condenou os supostos planos do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de acelerar as deportações de imigrantes ilegais, classificando tais ações como "uma vergonha". A declaração foi feita durante uma entrevista ao programa de televisão italiano Che Tempo Che Fa, no último domingo (20).
Ao ser questionado sobre a possibilidade de Trump assinar ordens executivas após sua posse na segunda-feira, que facilitariam a deportação de imigrantes sem documentos, o Papa expressou sua preocupação com a medida.
“Se isso for verdade, será uma vergonha, porque coloca a conta não paga nas costas dos mais pobres, que não têm nada. Isso não é solução,” afirmou o pontífice.
As críticas do Papa Francisco a Trump não são recentes. Em fevereiro de 2016, durante a campanha presidencial de Trump, o Papa condenou a proposta de construir um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Ele declarou na ocasião: “Uma pessoa que pensa apenas em construir muros, onde quer que seja, e não em construir pontes, não é cristã.”
Além disso, em 2017, o Papa defendeu soluções alternativas para a detenção de imigrantes ilegais e criticou expulsões coletivas, descrevendo-as como inadequadas para lidar com o problema de refugiados e migrantes, segundo a agência Reuters.
Embora o Papa tenha se posicionado contra deportações em massa e endurecimento de políticas migratórias, o Vaticano reforçou suas próprias medidas de segurança recentemente. Em dezembro, foram implementadas sanções mais severas para quem violar as regras de segurança da Cidade do Vaticano. Qualquer pessoa condenada por entrada ilegal pode ser banida do território por até 15 anos. Em caso de reincidência, o infrator pode enfrentar de um a cinco anos de prisão, conforme relatado pelo Catholic World Report.