O governo de Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter em sigilo os resultados de pesquisas de opinião encomendadas pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) desde 2023. A justificativa apresentada é que os dados são considerados "documentos preparatórios" e que sua divulgação poderia gerar "pressões externas" e "manipulação da opinião pública", segundo informações da Folha de S.Paulo.

Enquanto os resultados das pesquisas realizadas no governo Lula permanecem restritos, a Controladoria-Geral da União (CGU) determinou que levantamentos realizados durante a gestão de Jair Bolsonaro, que abordaram temas como o Auxílio Brasil e outras políticas sociais, sejam divulgados publicamente. Essa dualidade de tratamento tem gerado questionamentos sobre a transparência das ações do atual governo.

Sob a liderança de Sidônio Palmeira, a Secom encomendou as pesquisas ao Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (Ipri). O custo total dos levantamentos foi de R$ 9,8 milhões. As pesquisas buscaram analisar diagnósticos de políticas públicas e a percepção popular sobre os primeiros cem dias e o primeiro ano da gestão petista.

A Secom solicitou um prazo de 90 dias para revisar os conteúdos das pesquisas, alegando que os resultados passíveis de divulgação serão publicados no site oficial no primeiro trimestre de 2025. No entanto, não foi esclarecido o motivo do sigilo aplicado a parte das pesquisas.

Até o momento, a CGU não se pronunciou oficialmente sobre a decisão de manter os levantamentos da gestão Lula sob sigilo enquanto exige a transparência dos dados produzidos pelo governo anterior. Essa postura levantou críticas e questionamentos sobre a coerência das práticas de transparência na administração pública.

Reportado por Myllena Valença na Revista Oeste.