O diretor da Moody’s Analytics, Alfredo Coutiño, afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve implementar tarifas sobre produtos importados do Brasil e do México ainda este ano. Segundo a previsão, os bens brasileiros estariam sujeitos a uma taxa de 5%, enquanto os produtos mexicanos enfrentariam tarifas de 10%.
Espera-se que tanto o Brasil quanto o México respondam com medidas similares. O México aplicaria uma tarifa de 10% sobre bens norte-americanos, enquanto o Brasil adotaria uma taxa de 5%. A previsão foi apresentada durante um evento online promovido por uma subsidiária da Moody’s, uma das principais agências de classificação de risco do mundo.
Paralelamente, Trump considera tarifas de 25% para México e Canadá, uma decisão que pode ser anunciada em breve e entrar em vigor a partir de 1º de fevereiro.
Alfredo Coutiño destacou que essas tarifas podem pressionar as moedas do Brasil e do México, além de desacelerar suas economias. No Brasil, o crescimento econômico projetado para 2025 pode ser reduzido para 2%, influenciado pelas tarifas norte-americanas e pela desaceleração econômica da China, que também enfrenta tensões comerciais com os EUA. No México, o crescimento esperado para 2025 deve cair de 1,5% para 0,6%.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, declarou que evitará confrontos diretos com Trump, enquanto busca proteger a soberania econômica e política do país. Ela também anunciou apoio integral aos mexicanos deportados, incluindo transporte para suas cidades de origem e acesso a programas sociais.
O Bradesco avaliou os impactos econômicos das tarifas propostas. Uma taxa de 10% sobre produtos brasileiros pode reduzir a balança comercial em US$ 2 bilhões, além de causar uma desvalorização cambial de 4%. No caso de uma tarifa de 25%, as perdas na balança comercial podem atingir US$ 5,5 bilhões.
Adicionalmente, um eventual acordo comercial entre EUA e China poderia trazer novos desafios ao Brasil, caso a China priorize importações de commodities norte-americanas, como soja, em detrimento das brasileiras. As perdas nesse setor específico poderiam alcançar US$ 3,5 bilhões.
Atualmente, o Brasil exporta cerca de US$ 40 bilhões para os Estados Unidos, sendo os principais produtos aço, petróleo, aeronaves e carnes. A maioria dessas exportações não enfrenta tarifas, com exceção do petróleo, que é taxado entre 5% e 6%.
Reportado pela Redação Oeste na Revista Oeste.