O Irã tem ampliado significativamente seu estoque de urânio próximo ao nível necessário para armas nucleares nos últimos meses, intensificando sua postura contra Israel, segundo informações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Autoridades ocidentais expressam crescente preocupação com a possibilidade de o Irã avançar rapidamente na construção de uma arma nuclear, considerando que já possui o material necessário e aparenta ter alcançado avanços importantes no conhecimento técnico, conforme relatado pelo Wall Street Journal.

A AIEA indicou que irá censurar o Irã pelo aumento de seu estoque de urânio enriquecido. Em resposta, o regime iraniano afirmou que tomará novas medidas para avançar em seu programa nuclear, aumentando as tensões globais.

David Albright, presidente do Instituto de Ciência e Segurança Internacional, declarou que o Irã já acumulou material suficiente para produzir até 15 armas nucleares. Andrea Stricker, diretora adjunta do Programa de Não Proliferação e Biodefesa da Fundação para a Defesa das Democracias (FDD), descreveu as ações do Irã como autodestrutivas.

"Em um grave erro estratégico, o Irã continuou expandindo sua capacidade de produzir combustível para várias armas nucleares, mesmo após a eleição de Trump," afirmou Stricker ao The Daily Wire. "Os dias de tolerância dos EUA à expansão nuclear descontrolada de Teerã estão prestes a acabar."

Nos últimos meses, o Irã tentou assassinar o ex-presidente Donald Trump, em retaliação pela morte do general Qasem Soleimani, numa tentativa de evitar que Trump voltasse ao poder. Após sua recente vitória eleitoral, Trump sinalizou uma postura mais rígida contra o regime iraniano ao indicar nomes conhecidos por posições firmes em relação a adversários dos EUA para seu gabinete.

Enquanto isso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou esta semana que Israel atingiu uma instalação nuclear iraniana em um ataque de retaliação realizado no mês passado, em resposta ao lançamento de 180 mísseis balísticos pelo Irã contra o território israelense.

"Não é segredo. Foi divulgado," disse Netanyahu ao parlamento israelense. "Há um componente específico no programa nuclear deles que foi atingido."

De acordo com autoridades dos EUA e de Israel citadas pelo Axios, o ataque à instalação do complexo militar de Parchin causou danos significativos aos esforços do Irã nos últimos anos para retomar suas pesquisas nucleares. O ataque destruiu equipamentos avançados necessários para desenvolver materiais explosivos sofisticados usados na detonação de dispositivos nucleares.

Imagens de satélite mostram que a instalação, anteriormente declarada como um centro de pesquisa nuclear, foi completamente destruída no ataque. Autoridades disseram que o Irã estava tentando disfarçar suas atividades de pesquisa nuclear como projetos de uso civil. O relatório também revelou que apenas um pequeno grupo de oficiais dentro do governo islâmico iraniano sabia o que realmente ocorria na instalação.

Um oficial dos EUA afirmou ao Axios que o ataque foi "uma mensagem nada sutil de que os israelenses têm um conhecimento profundo do sistema iraniano, mesmo quando se trata de segredos conhecidos por um grupo muito restrito dentro do governo do Irã."

Reportado por Ryan Saavedra no DailyWire.