O fluxo de ajuda à Faixa de Gaza diminuiu durante o mês de outubro, especialmente na região norte, onde uma operação militar contra o Hamas está em andamento. O impasse entre as Nações Unidas e Israel tem se intensificado, com ambos os lados atribuindo responsabilidades para o problema.
Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, declarou em 27 de outubro que "esforços repetidos para entregar suprimentos humanitários" estavam sendo "bloqueados pelas autoridades israelenses." Em resposta, o General de Brigada Elad Goren, que lidera o COGAT (Coordenação de Atividades Governamentais nos Territórios), afirmou que essa acusação é "completamente falsa." Goren destacou que o verdadeiro problema está na "falta de logística, veículos, e equipe," acrescentando que "a ONU parece evitar fazer seu melhor trabalho, talvez para manter a pressão sobre Israel."
Dados do COGAT mostram um aumento no número de caminhões de ajuda aguardando no ponto de passagem de Kerem Shalom, de 450 no início de outubro para 700 no final do mês. Goren afirmou que o COGAT discutiu com a ONU soluções para problemas como saques de comboios de ajuda, incluindo rotas alternativas para evitar áreas inseguras.
Dujarric, porém, contestou as alegações do COGAT sobre rotas alternativas, afirmando que as equipes da ONU só podem acessar pontos de passagem perigosos e que "as rotas seguras são limitadas e frequentemente precárias." Ele também relatou que motoristas e equipes humanitárias enfrentaram assédios e ataques nas passagens, com uma das carretas do Programa Mundial de Alimentos (WFP) atingida várias vezes.
Um porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) contestou essas alegações, garantindo que a IDF toma medidas para proteger civis e equipes humanitárias. Segundo o porta-voz, Israel está ampliando a infraestrutura de passagem e fornecendo pausas táticas para facilitar a entrada de ajuda humanitária.
Para melhorar o fluxo de ajuda ao sul de Gaza, Israel anunciou a abertura de um novo ponto de passagem humanitária em Kissufim. Relatórios recentes, incluindo um da Reuters, alertaram sobre uma situação "apocalíptica" no norte de Gaza, com risco iminente de fome e doenças.
David Adesnik, do think tank Foundation for Defense of Democracies, ressaltou que os esforços do COGAT ajudaram a evitar a fome generalizada. Segundo Adesnik, os avanços na segurança alimentar em Gaza têm sido subestimados, mesmo com a ONU apontando uma redução nas condições de fome severa.
O professor Aron Troen, da Universidade Hebraica de Jerusalém, também analisou as calorias recebidas pela população de Gaza, confirmando que, até setembro, a quantidade de ajuda era suficiente. No entanto, Goren explicou que a entrega foi prejudicada devido ao fechamento temporário das passagens de Erez e à celebração das festividades judaicas.
Em outubro, a ajuda do setor privado foi suspensa devido à tentativa do Hamas de coletar impostos sobre os bens humanitários, explicou Goren. O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que condenaria qualquer bloqueio ou desvio de ajuda por parte do Hamas, mas o Departamento de Estado não respondeu a perguntas diretas sobre isso.
Recentemente, um documento vazado revelou a insatisfação dos EUA com Israel, sugerindo uma revisão da assistência militar caso os avanços na entrega de ajuda humanitária não sejam suficientes.
Após o anúncio, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, declarou ao Fox News Digital que Israel "trabalhou arduamente para auxiliar nas necessidades humanitárias em Gaza," ressaltando as dificuldades no ambiente de Gaza e as tentativas do Hamas de sequestrar caminhões de ajuda.
Como reportado por Beth Bailey na Fox News.