Em meio ao intenso debate entre ativistas trans e opiniões mais moderadas, representantes da HBO reafirmaram seu apoio à autora de “Harry Potter”, J.K. Rowling, apesar de ela ser rotulada como TERF (feminista radical que exclui trans) por setores da esquerda. A emissora defendeu a continuidade da colaboração com Rowling em novos projetos, mesmo diante de críticas.
A escritora britânica, conhecida por suas visões liberais, tem sido alvo de boicotes e ataques por sua posição contrária à ideia de que homens trans-identificados sejam considerados mulheres. Ainda assim, Rowling manteve firme sua postura, mesmo com críticas de fãs da saga "Harry Potter" e de atores que participaram dos filmes baseados nos livros.
Em declaração à Variety, a HBO elogiou a contribuição de Rowling, que já dura mais de duas décadas, classificando-a como "inestimável". A emissora destacou que seguirá trabalhando com a autora na adaptação da série de livros em um programa de TV, previsto para 2026. "Estamos orgulhosos de contar novamente a história de Harry Potter — livros emocionantes que exaltam o poder da amizade, determinação e aceitação", afirmou o comunicado. "J.K. Rowling tem o direito de expressar suas opiniões pessoais, e estamos focados no desenvolvimento da nova série, que só se beneficiará de sua participação."
Durante um evento de imprensa em 12 de novembro, Casey Bloys, chefe da HBO, reforçou o compromisso com a escritora, afirmando que suas opiniões sobre questões trans "não afetaram o elenco ou a contratação de roteiristas e equipe de produção" para a série.
O movimento contra Rowling começou em 2020, após ela tuitar: “Se sexo não é real, não existe atração pelo mesmo sexo. Se sexo não é real, a realidade vivida por mulheres no mundo todo é apagada. Eu conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a capacidade de muitos de discutirem suas vidas de forma significativa. Não é ódio dizer a verdade." Desde então, a autora tem reiterado sua posição, incluindo críticas sobre a participação de homens trans-identificados em esportes femininos.
Recentemente, Rowling respondeu aos comentários do apresentador John Oliver sobre o tema, escrevendo em uma postagem: “Com a maior seriedade, os defensores do ‘acredite na ciência’ dizem: ‘na verdade, ainda não temos dados suficientes para afirmar se homens e meninos são mais fortes e rápidos que mulheres e meninas’. E os defensores do ‘seja gentil’ não enxergam o problema. ‘Por que você está incomodada? Isso só afeta uma pequena minoria de mulheres.’”
Ela ainda acrescentou: “Se você quer dizer ao mundo que está feliz em ver mulheres sofrerem lesões, humilhação e perderem oportunidades esportivas para sustentar uma ideologia elitista e pós-moderna adotada por uma minúscula fração da população mundial, tudo bem; você tem direito à sua opinião. Mas se você acabou de dizer às meninas que elas não merecem esportes justos, talvez repense usar a predação sexual contra jovens mulheres como piada para o encerramento de um show ‘moderno e ousado’.”
Reportado por Amanda Harding no DailyWire.