O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, declarou nesta segunda-feira, 25, que considera insuficiente o mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Durante um encontro em Teerã com membros da milícia Basij, Khamenei afirmou que Netanyahu deveria ser condenado à pena de morte por suas ações na Faixa de Gaza e no Líbano.
“Uma sentença de morte deve ser emitida para Netanyahu e os líderes criminosos deste regime,” declarou Khamenei. Ele acusou Israel de crimes de guerra e destacou que, apesar das ofensivas, o país não conseguiu prevalecer sobre os grupos terroristas Hamas e Hezbollah.
Na semana passada, o TPI emitiu mandados de prisão contra Netanyahu e o ex-ministro da Defesa israelense Yoav Gallant, acusando-os de crimes de guerra e contra a humanidade relacionados a ações militares na Faixa de Gaza. Autoridades iranianas celebraram a decisão, com Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária do Irã, classificando-a como “uma vitória para o povo palestino e libanês.”
Porém, o tribunal enfrenta dificuldades para implementar os mandados, já que não possui uma força policial própria. Embora os 125 países signatários do TPI, incluindo nações da União Europeia, sejam obrigados a cumprir a decisão, tanto Israel quanto os Estados Unidos não reconhecem a jurisdição do tribunal, dificultando prisões.
Enquanto comemorava a decisão contra Netanyahu, o Irã permaneceu em silêncio em relação ao mandado de prisão emitido pelo TPI contra Mohammed Deif, líder militar do Hamas e aliado estratégico do país. Essa postura seletiva levantou críticas e questionamentos sobre a coerência das declarações iranianas.
Khamenei usou a oportunidade para reforçar a narrativa de que Israel seria responsável por crimes contra civis palestinos e libaneses, e posicionou o Irã como um defensor ativo dessas populações. Especialistas acreditam que a retórica do líder iraniano é parte de uma estratégia para fortalecer sua influência no mundo islâmico em meio às crescentes tensões no Oriente Médio.
Reportado pela Redação Oeste na Revista Oeste.