Os preços dos alimentos em Gaza dispararam após o saque violento de quase 100 caminhões de ajuda das Nações Unidas por homens armados. Dos 109 caminhões que entraram na região central de Gaza no sábado pelo cruzamento de Kerem Shalom, 97 foram “forçados a descarregar sob a mira de armas,” informou a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA).
“A grave escassez de farinha obrigou as oito padarias apoiadas pela ONU em Deir al-Balah e Khan Younis a operar com capacidade mínima, muitas delas fechando completamente,” relatou a agência. “Sem intervenção urgente, a crise de alimentos deve piorar, colocando em risco a vida de mais de 2 milhões de pessoas que dependem de ajuda humanitária.”
O preço de um saco de farinha ultrapassou US$ 100, e a disponibilidade é escassa, segundo uma moradora de Deir al-Balah, em declaração à Associated Press. O saque teria ocorrido após o exército israelense ordenar que o comboio seguisse uma rota não familiar perto do cruzamento de Kerem Shalom. A UNRWA destacou que Israel, sob a lei internacional, tem a obrigação de garantir a entrega segura da ajuda e as necessidades básicas da população.
Israel atribuiu o saque a gangues criminosas e ao grupo militante Hamas. Por outro lado, Bassem Naim, um oficial sênior do Hamas, afirmou que os responsáveis eram jovens beduínos que operam perto de Rafah e das zonas militares israelenses.
Enquanto isso, a emissora Al-Aqsa TV, controlada pelo Hamas, relatou que as forças de segurança de Gaza lançaram uma operação contra os saqueadores, resultando na morte de 20 pessoas.
A crise humanitária em Gaza continua a se agravar. Deslocados como Nora Muhanna descreveram a gravidade da situação: "Desde o início, não há bens, e mesmo quando existem, não há dinheiro." A UNRWA destacou que a incapacidade de garantir a entrega de ajuda agrava ainda mais as necessidades críticas da região.
O episódio ressalta os desafios de distribuir suprimentos essenciais em zonas de conflito, deixando milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade ainda maior.
Reportado por Greg Norman na Fox News.