Investigadores na Ucrânia estão examinando os destroços de um novo míssil balístico de alcance intermediário (IRBM) lançado pela Rússia contra a cidade de Dnipro na última quinta-feira. Esta é a primeira vez que tal arma é usada em combate.

No domingo, o Serviço de Segurança da Ucrânia apresentou os fragmentos remanescentes do míssil, chamado Oreshnik — que significa "Aveleira" em russo —, à imprensa, incluindo a Associated Press (AP). O míssil atingiu uma fábrica na cidade, gerando grande preocupação entre especialistas e autoridades.
O presidente russo, Vladimir Putin, confirmou o ataque em um discurso transmitido na noite de quinta-feira, descrevendo-o como uma retaliação direta à aprovação do uso de mísseis de longo alcance fornecidos pelo Ocidente à Ucrânia. Segundo o Pentágono, o Oreshnik é baseado no míssil intercontinental RS-26 Rubezh, também de fabricação russa.

Os destroços, ainda em análise, foram apresentados a repórteres antes de serem transferidos para especialistas em um local não revelado na Ucrânia. Imagens divulgadas pela AP mostram fios retorcidos e carbonizados, além de partes do revestimento do míssil, com tamanho semelhante ao de um grande pneu de neve.
De acordo com o Serviço de Segurança da Ucrânia, o míssil foi lançado do 4º Campo de Testes de Mísseis em Kapustin Yar, na região de Astrakhan, Rússia. Ele teria viajado por 15 minutos antes de atingir Dnipro, transportando seis ogivas, cada uma equipada com submunições. A velocidade do projétil foi estimada em Mach 11, ou cerca de 13.500 km/h.

Embora Putin tenha afirmado que o míssil alcançou velocidades acima de Mach 10, autoridades de defesa dos EUA disseram que o projétil não é hipersônico, que é definido como velocidades superiores a Mach 5 (aproximadamente 6.200 km/h).
Sabrina Singh, porta-voz adjunta do Pentágono, confirmou o lançamento do IRBM em uma coletiva de imprensa e descreveu a arma como uma "nova capacidade letal". Singh também mencionou que os EUA foram notificados pouco antes do lançamento por meio de canais de redução de risco nuclear.

Além do lançamento do míssil, Putin assinou uma lei que concede perdão de dívidas a novos recrutas do exército russo. Essa medida, segundo analistas, reflete a necessidade urgente de reforço de pessoal militar em meio à guerra contra a Ucrânia. De acordo com a agência estatal russa Interfax, o perdão pode chegar a 10 milhões de rublos (cerca de US$ 96 mil) e também se aplica aos cônjuges dos novos alistados.
A introdução do Oreshnik no campo de batalha representa uma escalada significativa no conflito, intensificando as preocupações sobre o uso de armas cada vez mais sofisticadas e destrutivas. Autoridades ucranianas reforçam a necessidade de apoio internacional para fortalecer sua defesa aérea e enfrentar as crescentes ameaças.

Reportado por Greg Wehner na Fox News.