O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou o adiamento da libertação de terrorista palestinos após o episódio caótico envolvendo a entrega de reféns israelenses pelo Hamas, nesta quinta-feira (30). O governo israelense classificou as cenas da soltura como “perturbadoras” e reforçou que só seguirá com a troca caso haja garantias de segurança nas próximas fases do acordo.

Foram libertados os israelenses Arbel Yehoud, Gadi Mozes e Agam Berger, além dos cidadãos tailandeses Thenna Pongsak, Sathian Suwannakham, Sriaoun Watchara, Seathao Bannawat e Rumnao Surasak.

A entrega ocorreu em um local próximo aos escombros da casa do líder do Hamas, Yahya Sinwar, morto em ataque israelense. Yehoud e Mozes foram forçados a caminhar em meio a uma multidão descontrolada, o que gerou grande indignação em Israel.

“Enxergo com extrema gravidade as cenas chocantes durante a libertação dos nossos reféns”, declarou Netanyahu. “Isso é mais uma prova da crueldade inimaginável da organização terrorista Hamas.”

Em resposta ao episódio, o gabinete do primeiro-ministro divulgou um comunicado oficial informando que a libertação dos terroristas detidos será adiada até que haja garantias concretas para a segurança dos reféns nas próximas etapas.

“Israel exige que os mediadores assegurem isso”, destacou o documento.

O presidente Isaac Herzog expressou sua revolta diante das imagens da entrega dos reféns, mas celebrou a volta dos libertados ao país.

“As cenas de abuso e terror contra os reféns enquanto eram transferidos para a Cruz Vermelha foram horríveis, mas nos emocionamos com o retorno de Agam Berger, Arbel Yehoud e Gadi Mozes, além dos cinco cidadãos tailandeses”, declarou Herzog.

Na primeira fase do acordo de cessar-fogo, 33 reféns israelenses devem ser trocados por 3.000 criminosos palestinos. No entanto, Israel acredita que oito desses reféns já estão mortos.

Até o momento, foram soltas Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy, Liri Albag, Romi Gonen, Doron Steinbrecher e Emily Damari, além do grupo libertado nesta quinta-feira.

Os reféns Yehoud e Mozes estavam sob o domínio do Jihad Islâmico Palestino, enquanto Berger e os trabalhadores tailandeses eram mantidos reféns pelo Hamas. Os estrangeiros estavam em fazendas israelenses quando foram sequestrados durante os ataques de 7 de outubro.

Assim como suas colegas do Nahal Oz, Agam Berger foi exibida em um palco pelo Hamas vestindo um uniforme falso das Forças de Defesa de Israel (IDF), em uma prática que Israel tem denunciado como desumana e humilhante.