O senador Rogério Marinho (PL-RN) acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) para solicitar o afastamento preventivo do presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Márcio Pochmann. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Pochmann enfrenta forte resistência de servidores, que o acusam de promover uma gestão considerada "temerária" no órgão.

Desde o início do ano, o IBGE passa por uma crise interna causada por decisões polêmicas do presidente do instituto. Entre as principais críticas, os funcionários denunciam que Pochmann estaria articulando, de forma sigilosa e sem consulta prévia, a criação de uma entidade privada chamada IBGE+. Segundo os servidores, essa nova fundação teria como objetivo esvaziar o poder do IBGE e facilitar sua utilização para interesses políticos do governo federal.

No pedido apresentado ao TCU, Marinho argumenta que há necessidade de uma suspensão cautelar para evitar que a nova fundação entre em operação sem autorização legislativa. "É imperioso que este TCU apure eventuais irregularidades na criação da Fundação IBGE+ e suspenda os atos administrativos que embasaram sua criação, pois podem comprometer o trabalho técnico e as pesquisas realizadas pelo IBGE", justificou o senador.

Ele também criticou a condução de Pochmann à frente do instituto, alegando que sua incapacidade de administrar o impasse com os servidores pode afetar diretamente a credibilidade de estatísticas oficiais. "O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, pode ser questionado e desacreditado, justamente em um momento em que a inflação se tornou um problema crítico para o governo Lula", alertou.

Apesar das críticas e da pressão pela sua saída, Márcio Pochmann recebeu apoio de diversas entidades ligadas à esquerda. Organizações como a Frente Brasil Popular e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se manifestaram em defesa do presidente do IBGE, afirmando que ele trabalha para "políticas de inclusão, justiça social e construção de uma sociedade mais igualitária".

Reportado pela Redação Oeste na Revista Oeste.