Servidores do Poder Judiciário da União (PJU) enviaram uma carta aberta ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, reivindicando maior equidade salarial e benefícios semelhantes aos concedidos à magistratura. O documento, assinado pela Federação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), critica a concentração de privilégios entre juízes e desembargadores enquanto os servidores enfrentam sobrecarga de trabalho e defasagem salarial.
A Fenajufe afirma que já tentou estabelecer diálogo com as autoridades, mas a falta de respostas efetivas gerou uma insatisfação generalizada na categoria. Entre as reivindicações mais urgentes, destacam-se:
- Equiparação do auxílio-saúde com os valores pagos aos magistrados;
- Indenização de transporte para analistas judiciários que atuam como oficiais de justiça;
- Implementação do Adicional de Qualificação (AQ) com a atualização de percentuais e a permissão para acumulação de cursos de capacitação;
- Reajuste salarial para compensar perdas inflacionárias e redução das desigualdades dentro da própria estrutura do Judiciário.
Além disso, os servidores cobram a incorporação de gratificações às aposentadorias e o reconhecimento dos direitos adquiridos relacionados às condições de trabalho.
Diante da falta de avanços, a Fenajufe anunciou uma série de mobilizações nacionais para pressionar o STF e o governo. O primeiro ato está marcado para o dia 7 de fevereiro, quando será realizado o Dia Nacional de Luta pela Valorização dos Servidores do PJU e MPU. Uma grande mobilização também está programada para 20 de março.
A federação alerta que, caso não haja respostas concretas às demandas, poderá haver uma intensificação das ações, incluindo uma possível greve geral da categoria.
No documento, os servidores reconhecem a abertura de diálogo no Fórum Nacional de Carreiras do PJU e MPU, mas cobram medidas práticas para garantir melhores condições de trabalho. "O Judiciário não é composto apenas pela magistratura, mas por mais de 120 mil servidores cuja atuação é essencial", destaca um trecho da carta.
Os trabalhadores também apontam que as últimas decisões administrativas privilegiaram juízes e desembargadores, enquanto os servidores continuam enfrentando condições precárias e benefícios defasados.
O STF ainda não se pronunciou oficialmente sobre o pedido.
Reportado por Myllena Valença na Revista Oeste.