Salwan Momika, um iraquiano de 38 anos que ganhou notoriedade por realizar diversas queimas do Alcorão na Suécia, foi morto a tiros em um ataque ocorrido na noite de quarta-feira (31) na cidade de Sodertalje, próxima a Estocolmo.

Momika ficou conhecido internacionalmente em 2023 após queimar e profanar o livro sagrado do Islã em manifestações públicas na Suécia. Seus atos geraram forte repercussão global, provocando protestos violentos e tensões diplomáticas entre o governo sueco e diversas nações muçulmanas.

A morte de Momika foi confirmada nesta quinta-feira (1º) pelo Tribunal Distrital de Estocolmo, que adiou um veredicto em um processo judicial contra ele devido ao seu falecimento. O juiz Göran Lundahl declarou que não havia mais informações sobre as circunstâncias exatas da sua morte.

A polícia sueca informou que recebeu um alerta sobre um tiroteio em um edifício residencial em Sodertalje, onde encontraram um homem gravemente ferido por disparos de arma de fogo. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

A emissora pública sueca SVT confirmou que a vítima era Momika.

As autoridades prenderam cinco suspeitos durante a madrugada desta quinta-feira, todos acusados de homicídio, mas sem detalhes adicionais sobre suas identidades ou motivações. O promotor responsável pelo caso, Rasmus Öman, afirmou que a investigação ainda está no início e que novas testemunhas devem ser ouvidas.

O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, afirmou que o Serviço de Segurança do país está envolvido no caso, pois há suspeitas de possível influência de nações estrangeiras no assassinato de Momika.

“Obviamente, existe o risco de que haja uma conexão com um poder estrangeiro”, declarou Kristersson à agência sueca TT.

Momika emigrou do Iraque para a Suécia em 2018 e obteve um permissão de residência por três anos em 2021. Ele alegava que suas manifestações não eram contra os muçulmanos, mas sim contra a religião islâmica, afirmando que queria "proteger a população sueca das mensagens do Alcorão".

Apesar de a polícia sueca ter permitido seus protestos alegando liberdade de expressão, ele foi processado em agosto de 2023 por incitação ao ódio, junto com outro réu. O tribunal deveria anunciar uma decisão sobre o caso na manhã desta quinta-feira.

Em março de 2024, Momika foi preso na Noruega após declarar que buscaria asilo no país vizinho. No entanto, ele foi deportado de volta para a Suécia.