Deputados de oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avançam na articulação para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar uma suposta interferência da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) nas eleições presidenciais do Brasil em 2022.
A iniciativa, liderada pelos deputados Gustavo Gayer (PL-GO) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), já conta com 98 assinaturas até esta segunda-feira (10), número próximo ao mínimo necessário para a instalação da comissão.
O pedido de criação da CPI se baseia nas declarações de Mike Benz, ex-chefe do setor de informática da Usaid, que, em uma entrevista recente, afirmou que a agência teria reforçado o financiamento estrangeiro para "grandes instituições brasileiras" a partir de 2018, com o objetivo de enfraquecer o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Benz declarou que, sem a atuação da Usaid, Bolsonaro ainda estaria no poder e o Brasil teria uma internet livre e aberta. A entrevista repercutiu amplamente entre parlamentares de direita, reforçando o movimento para a instalação da CPI.
O deputado Gustavo Gayer classificou as revelações como um ataque direto à soberania nacional, afirmando que a Usaid "utilizou agentes e ONGs de fachada para censurar, manipular as eleições, impor leis e silenciar a oposição".
"Nosso objetivo, através da CPI, é buscar respostas e entender até onde essa interferência prejudicou a democracia brasileira", disse Gayer.
O parlamentar também afirmou que a possibilidade da instalação da CPI da Usaid já estaria "assustando a imprensa e a esquerda", pois a investigação poderia "escancarar um sistema de censura e perseguição política no Brasil".
"Essa é a nossa missão neste momento", concluiu Gayer.
A expectativa é que, com o aumento do apoio entre os parlamentares, o pedido da CPI da Usaid possa ser formalizado nas próximas semanas, intensificando o embate entre a oposição e o governo Lula.
Reportado por Sarah Peres na Revista Oeste.