Um terrorista palestino condenado por matar dezenas de israelenses, recentemente libertado de uma prisão em Israel, foi visto nesta quinta-feira (19) na cerimônia do Hamas para a entrega dos corpos de quatro reféns assassinados.

Mohammed Abu Warda, ex-comandante da ala militar do Hamas, foi responsável por diversos atentados terroristas, incluindo a explosão de um ônibus em Jerusalém, em 1996, que matou 24 pessoas. No total, ele cumpria 48 sentenças de prisão perpétua por coordenar ataques que resultaram na morte de 45 israelenses.

Abu Warda foi libertado em 8 de fevereiro, como parte do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que prevê a troca de reféns israelenses por terroristas palestinos presos. Inicialmente, ele deveria ser deportado para o Egito, mas imagens da mídia hebraica mostraram que ele compareceu à cerimônia em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, onde o Hamas entregou os corpos de Shiri Bibas, seus filhos Ariel e Kfir, e o ativista pela paz Oded Lifshitz.

Na cerimônia, Abu Warda foi colocado na primeira fila ao lado de líderes do Hamas, sendo tratado como um convidado de honra. Em entrevista a um repórter local, ele declarou que a “resistência” do Hamas continuará até a libertação de Jerusalém e de todas as terras palestinas.

Pelo acordo da primeira fase do cessar-fogo, Israel aceitou libertar 2.000 prisioneiros palestinos, incluindo centenas com penas de prisão perpétua, em troca de 25 reféns vivos e oito corpos.

Abu Warda foi libertado na terceira rodada de trocas, que permitiu a liberação dos reféns Gadi Mozes, Agam Berger e Arbel Yehoud. No entanto, o Egito recusou sua entrada no país, junto com outros 19 prisioneiros de segurança palestinos.

De acordo com fontes da mídia hebraica, o Hamas afirma que recebeu sinais positivos de Argélia, Indonésia, Malásia e Catar para acolher os terroristas libertados, mas essas transferências ainda não foram concretizadas.

O Hamas tem promovido grandes eventos públicos para a entrega de reféns e corpos, buscando consolidar sua posição como governante de Gaza, apesar dos 15 meses de bombardeios israelenses em retaliação ao massacre de 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista matou cerca de 1.200 israelenses e sequestrou 251 pessoas.

Na cerimônia em Khan Younis, quatro caixões pretos foram exibidos no palco, cercados por faixas e cartazes com imagens do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu caracterizado como um vampiro. Milhares de palestinos, incluindo combatentes armados e mascarados, acompanharam a cena enquanto os corpos foram entregues à Cruz Vermelha e posteriormente transferidos para as forças israelenses.

Após a recuperação dos corpos, o Exército de Israel (IDF) realizou uma cerimônia militar em Gaza, conduzida pelo rabino-chefe das Forças de Defesa de Israel, Brigadeiro-General Eyal Karim, que recitou salmos enquanto os caixões eram cobertos com bandeiras israelenses.

Reportado por Toi Staff no The times of Israel.