O grupo terrorista Hamas está deliberadamente adiando a entrega da lista de reféns a serem libertados neste sábado (8), segundo fontes ouvidas pela emissora estatal saudita Al Arabiya nesta sexta-feira (7).
A relação dos nomes deveria ter sido enviada a Israel por volta das 16h30, horário local. No entanto, o grupo terrorista alega que o atraso é uma retaliação ao que considera descumprimento por parte de Israel dos protocolos humanitários acordados.
"Isso seria uma violação por parte do Hamas que não tem justificativa", disse um oficial israelense ao portal Walla.
De acordo com fontes citadas pela Al Arabiya, o Hamas informou aos mediadores que Israel não teria permitido a entrada de casas móveis e tendas na Faixa de Gaza, não teria fornecido equipamentos para a remoção de escombros e teria falhado em garantir combustível suficiente para a região.
O grupo terrorista apelou a mediadores, especialmente Egito e Catar, para pressionarem Israel a cumprir o que foi estabelecido no acordo de cessar-fogo e troca de reféns.
Ainda pela manhã, o Hamas publicou em seu canal no Telegram que Israel teria impedido a saída de um número suficiente de pacientes da Faixa de Gaza para receber tratamento médico e que estaria dificultando o funcionamento de hospitais de campanha para atendimento dos feridos.
Segundo o Hamas, apenas 120 pacientes teriam sido transferidos, enquanto a lista do grupo afirma que há 35 mil pessoas necessitando de tratamento urgente fora do enclave.
Além disso, o grupo terrorista afirmou que somente 76 caminhões de ajuda humanitária teriam entrado em Gaza e que não houve envio de cobertores ou roupas de inverno.
A prefeitura de Rafah também alegou que a região necessita urgentemente de 40 mil tendas e unidades de abrigo, além de relatar que 40% dos pacientes com problemas renais teriam morrido devido à falta de tratamento adequado.
"Houve apenas 10% da ajuda humanitária acordada entrando na Faixa de Gaza", declarou o Hamas.
No entanto, esses números divergem dos relatórios do COGAT (Coordenação de Atividades Governamentais nos Territórios), que afirmou que mais de 12 mil caminhões carregados com suprimentos humanitários entraram na Faixa de Gaza desde o início do acordo de troca de reféns.