POLÍTICA

Trump Critica Acordo De Cessar-Fogo Após Libertação De Reféns Israelenses Em Condição Crítica

10/2/2025
thefarol.com
The Jerusalem Post/ Reprodução.

O presidente Donald Trump demonstrou impaciência com o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas após a divulgação de imagens dos reféns israelenses libertados no fim de semana. Segundo Trump, os reféns estavam em condições deploráveis, comparando sua aparência à de sobreviventes do Holocausto.

"Eles parecem sobreviventes do Holocausto. Estavam em uma condição horrível, extremamente magros," declarou Trump a jornalistas a bordo do Air Force One, enquanto seguia para Nova Orleans, onde participaria do Super Bowl. "Não sei por quanto tempo podemos tolerar isso... Em algum momento, vamos perder a paciência."

As declarações do presidente norte-americano trazem incertezas sobre o futuro do acordo entre Israel e Hamas, que ainda mantém 76 reféns em cativeiro. O comentário ocorre poucos dias após Trump sugerir que os palestinos deveriam ser removidos de Gaza e que os EUA deveriam assumir o controle da região.

A libertação dos israelenses Or Levy, Ohad Ben Ami e Eli Sharabi, no sábado (8), chocou o público e autoridades israelenses. Ao aparecerem em público pela primeira vez desde que foram sequestrados em 7 de outubro de 2023, os três estavam visivelmente fracos e abatidos, com expressões de profunda desnutrição.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, declarou que "as imagens chocantes que vimos hoje não ficarão sem resposta."

O presidente de Israel, Isaac Herzog, também se manifestou, classificando a situação como "um crime contra a humanidade!"

O coordenador dos reféns e desaparecidos, Brigadeiro-General Gal Hirsch, afirmou que as repetidas violações do Hamas são motivo de grave preocupação, e que o estado dos reféns resgatados gera ainda mais inquietação. Segundo ele, "isso não será ignorado".

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, foi ainda mais contundente, afirmando que a comunidade internacional caiu na propaganda falsa do Hamas sobre 'fome em Gaza'. Para ele, as críticas ao nível de assistência humanitária fornecida por Israel não se comparam à realidade vivida pelos reféns sob custódia de terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina.

"As imagens não mentem," disse Sa’ar, ao afirmar que Levy, Ben Ami e Sharabi tinham a aparência de sobreviventes do Holocausto e eram os únicos que claramente passaram por privação severa de alimentos.

O acordo de cessar-fogo, mediado por Catar, Egito e Estados Unidos, prevê a libertação gradual dos reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel. No entanto, o estado crítico dos reféns libertados levanta dúvidas sobre a continuidade do processo.

Até agora, Israel já libertou 183 prisioneiros palestinos como parte da negociação, muitos deles condenados por terrorismo e envolvimento em assassinatos de civis israelenses. Em contrapartida, o Hamas ainda mantém dezenas de reféns, entre mortos e vivos, dentro de Gaza.

Diante das novas tensões, a posição de Trump sinaliza uma possível revisão da abordagem norte-americana em relação ao conflito. O presidente já havia declarado que "não descansará enquanto todos os reféns não forem libertados", deixando no ar a possibilidade de ações mais severas contra o grupo terrorista Hamas.

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