O Exército de Defesa de Israel (IDF) está programado para retirar a maior parte de suas tropas do sul do Líbano nesta terça-feira, 18. No entanto, a presença militar na linha de defesa da fronteira será triplicada em relação ao que era antes do conflito com o Hezbollah.
Apesar da retirada parcial, cinco postos militares serão mantidos dentro do território libanês, próximos à fronteira com Israel. Cada um desses postos será guarnecido por uma companhia de soldados, o que pode representar entre 100 e 150 militares por unidade. No entanto, fontes do IDF indicam que o número total de tropas pode variar entre 10.000 e 15.000, dependendo da necessidade operacional, embora os números exatos não tenham sido divulgados por razões de segurança.
Os cinco postos militares permanecerão ativos por tempo indeterminado e estão situados ao longo da fronteira libanesa, de oeste a leste, nas seguintes localidades:
- Levona (próximo a Shlomi, do lado israelense);
- Ramia/Jabal Blat (próximo a Shtula);
- Bleideh e Bint Jbeil (próximo a Avivim);
- Wadi Saluki (perto de Margaliot);
- Aamra (próximo a Metula).
Esses pontos não faziam parte do cessar-fogo firmado em 27 de novembro entre Israel, Hezbollah e Líbano. No entanto, Israel conseguiu convencer os Estados Unidos de que a força militar libanesa ainda não está capacitada para conter o Hezbollah e evitar sua expansão no sul do país.
O cessar-fogo previa que o Exército do Líbano assumisse todas as posições que poderiam ser ocupadas pelo Hezbollah, confiscasse suas armas e impedisse a infiltração de combatentes na região. No entanto, o IDF considera que, apesar de algumas melhorias, as forças libanesas ainda estão longe de garantir a segurança da área, o que justifica a permanência militar israelense.
Israel enfatizou que manterá uma postura agressiva contra o Hezbollah sempre que houver tentativas de infiltração de forças no sul do Líbano ou contrabando de armas para a região. Fontes militares reconhecem que será impossível impedir completamente o retorno de combatentes disfarçados de civis locais. No entanto, o IDF informou que reforçou suas operações de inteligência para distinguir a população libanesa legítima dos terroristas da organização.
Apesar da tensão, o IDF acredita que a manutenção dos postos avançados é uma medida estratégica que minimiza o atrito com a população libanesa. Além disso, a supervisão dos EUA sobre possíveis violações do Hezbollah tem funcionado de maneira eficaz, segundo fontes militares.
Desde o início da ofensiva de 30 de setembro, o exército israelense afirma ter conseguido limpar grande parte da área entre 5 e 6 km da fronteira de armamentos do Hezbollah. O IDF também relatou avanços no controle da zona de segurança na Síria, impedindo que grupos hostis utilizem o território para ataques contra Israel.
A retirada parcial do IDF do Líbano representa um movimento estratégico, mantendo uma presença reforçada na fronteira e estabelecendo postos militares permanentes no sul do país. O objetivo é garantir a segurança da região e impedir o rearmamento e a expansão do Hezbollah, ao mesmo tempo que o exército israelense colabora com os Estados Unidos e forças locais para monitorar eventuais ameaças à estabilidade.
Reportado por Yonah Jeremy Bob no The Jerusalem Post.