Os fundos de pensão Previ, que atendem funcionários e aposentados do Banco do Brasil, registraram uma perda de R$ 14 bilhões em 2024, levando o Tribunal de Contas da União (TCU) a abrir uma investigação para apurar possíveis irregularidades na gestão do patrimônio.
Segundo cálculos internos, R$ 6,2 bilhões do prejuízo total foram diretamente impactados pela desvalorização das ações da Vale, que sofreram uma queda de 23% ao longo do ano. A queda no preço do minério de ferro e a tentativa de interferência do governo Lula na sucessão presidencial da empresa são apontadas como principais fatores para essa desvalorização.
Além da Vale, outro fator que impactou negativamente os resultados foi a Neoenergia, que gerou um prejuízo de R$ 400 milhões para o Plano 1 da Previ.
Apesar das perdas, investimentos em empresas como BRF e Petrobras ajudaram a minimizar o impacto, com valorização de R$ 1 bilhão e R$ 800 milhões, respectivamente. No entanto, mesmo com esses ganhos, o fundo encerrou o período com um déficit de R$ 5,5 bilhões.
Diante do prejuízo bilionário, o Tribunal de Contas da União determinou, na quarta-feira (5), a realização de uma auditoria urgente para averiguar possíveis falhas na administração do fundo.
A investigação mira diretamente a gestão do presidente da Previ, João Fukunaga, sindicalista ligado ao governo Lula. Sua nomeação tem ligação com João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, que foi condenado na Operação Lava Jato.
O ministro do TCU, Walton Alencar Rodrigues, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o desempenho da Previ em 2024 foi "pífio". Ele destacou que o fundo, que tinha um superávit de R$ 14,5 bilhões em novembro de 2023, reduziu seu saldo para apenas R$ 529 milhões um ano depois.
Rodrigues alertou que, caso os prejuízos se agravem, o Banco do Brasil, como patrocinador do fundo, poderá ser obrigado a cobrir o rombo financeiro, algo que já aconteceu no passado com outros fundos de pensão ligados ao governo, como Petros (Petrobras) e Postalis (Correios).
A auditoria do TCU deve analisar a condução dos investimentos e apurar se houve ingerência política na administração da Previ, um histórico recorrente em gestões petistas, que já resultaram em escândalos e prejuízos bilionários para os fundos de pensão estatais.
Reportado pela Redação Oeste na Revista Oeste.