O governo de Israel aguarda que o Hamas entregue, nesta sexta-feira (16), uma lista com os nomes de três reféns que deverão ser libertados no sábado (17). A informação foi revelada por um funcionário israelense ao The Jerusalem Post nesta quinta-feira.
O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, é quem deve encaminhar a lista ao chefe do Mossad, David Barnea. A esperada libertação no fim de semana busca evitar uma escalada na crise e impedir o colapso do já frágil cessar-fogo.
O grupo terrorista Hamas ameaçou suspender a liberação dos reféns caso Israel não cumpra obrigações humanitárias previstas no acordo. Entre as reivindicações, o Hamas acusa Israel de não permitir a entrada total da ajuda humanitária em Gaza e de bloquear o retorno de palestinos deslocados para o norte do território.
Israel, por sua vez, nega as acusações e afirma que é o Hamas quem está violando o acordo. Na noite de quinta-feira (15), o Exército de Israel informou que o Hamas lançou um foguete a partir de Gaza, que caiu dentro do próprio enclave. Em resposta, as Forças de Defesa de Israel (IDF) atacaram o lançador do foguete.
Enquanto isso, o chefe do Escritório Político do Hamas, Khalil Al-Hayya, está no Cairo em reuniões com autoridades egípcias para discutir a situação. O grupo afirmou que mediadores do Egito e do Catar continuam pressionando por uma solução para as disputas.
Na quinta-feira, o Hamas afirmou que Israel havia concordado em permitir a entrada de casas pré-fabricadas e equipamentos pesados para a remoção de escombros. No entanto, o porta-voz do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Omer Dostri, classificou essas informações como "fake news".
Uma fonte israelense explicou ao The Jerusalem Post que até o momento nada foi autorizado a entrar pela fronteira de Rafah, mas que a situação pode mudar nos próximos dias. Caso algum material seja liberado, a passagem ocorrerá por uma fronteira controlada por Israel, onde será inspecionado por forças de segurança antes de chegar a Gaza.
O Hamas declarou que cumprirá o acordo de cessar-fogo e seguirá com as libertações programadas. No entanto, afirmou que somente três reféns serão soltos no sábado, o que contraria a exigência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pediu a libertação imediata de todos os reféns.
Autoridades israelenses e norte-americanas alertaram que, caso o Hamas não cumpra o acordo, "os portões do inferno serão abertos", sinalizando que a ofensiva militar pode ser retomada.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, deve desembarcar na região no sábado para acompanhar as negociações. Além disso, existe a possibilidade de que Steve Witkoff, enviado especial de Trump para o Oriente Médio, também visite Israel nos próximos dias.
Segundo fontes israelenses, o objetivo agora é acelerar a soltura dos nove reféns vivos que ainda restam. Um dos funcionários ouvidos pelo The Jerusalem Post destacou que, após as imagens chocantes dos reféns libertados na semana passada, a prioridade é resgatar o restante o mais rápido possível.
Além disso, Israel busca expandir a lista de reféns a serem libertados nesta primeira fase do acordo. O plano original previa a soltura de 33 reféns, alguns dos quais já falecidos. No entanto, há esforços para aumentar esse número.
"Cada refém é um caso humanitário – esse é o critério para a fase um do acordo", disse uma fonte israelense. "Todos aguardam para ver o que acontecerá no sábado."
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se reuniu nesta quinta-feira com altos oficiais da Defesa no Comando Sul para discutir planos operacionais para diferentes cenários, enquanto tropas israelenses continuam posicionadas próximas à fronteira com Gaza.
Reportado por Amichai Stein no The Jerusalem Post.