POLÍTICA

Governo Lula E Comissão De Mortos E Desaparecidos Decidem Reavaliar Acidente Que Matou Juscelino Kubitschek

13/2/2025
thefarol.com
Auckland Museum/Wikimedia Commons.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em conjunto com a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, decidiu reabrir a investigação sobre o acidente de carro que resultou na morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK) em 1976. A iniciativa foi motivada por um laudo técnico recente, produzido pelo engenheiro e perito em transportes Sérgio Ejzenberg, que lança dúvidas sobre as circunstâncias do ocorrido. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira, 13.

O laudo, elaborado a pedido do Ministério Público Federal (MPF), integra um inquérito civil que busca esclarecer as causas do acidente que vitimou JK e seu motorista, Geraldo Ribeiro. Como parte da investigação, Ejzenberg, com o apoio do designer Ricardo Dachtelberg, produziu animações em 3D para reconstituir o episódio, que foram tornadas públicas em 2021.

As simulações analisam o acidente de três perspectivas diferentes: do Chevrolet Opala em que JK estava, do ônibus da Viação Cometa e da carreta que colidiu com o veículo do ex-presidente. A conclusão do perito é que não houve uma colisão direta entre o ônibus e o Opala, o que aumenta as incertezas sobre o motivo que fez o carro cruzar o canteiro central e colidir com o caminhão que vinha no sentido oposto.

Outras investigações, conduzidas pelas Comissões da Verdade de São Paulo e de Minas Gerais, assim como pela Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, também não identificaram evidências de colisão entre os veículos. Os relatórios dessas comissões indicaram a possibilidade de um atentado político, apresentando indícios de sabotagem mecânica no Opala e hipóteses como envenenamento ou até um tiro contra o motorista.

As investigações anteriores concluíram que a perda de controle do carro foi provocada por uma ação externa, reforçando suspeitas de que o acidente pode ter sido planejado.

Entre 2013 e 2019, o Ministério Público Federal conduziu um inquérito civil sobre o caso, mas concluiu que era "impossível afirmar ou descartar" a hipótese de assassinato. A falta de provas materiais concretas impossibilitou determinar com precisão o que causou a perda de controle do veículo.

Agora, com a reabertura da investigação e novas análises periciais, o governo Lula e a Comissão de Mortos e Desaparecidos esperam esclarecer de vez um dos casos mais controversos da história política do Brasil.

Reportado pela Redação Oeste na Revista Oeste.

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