O grupo terrorista Hamas, responsável pelo massacre de mais de mil civis israelenses em 7 de outubro, classificou como "crime contra a humanidade" a proposta do presidente Donald Trump para os Estados Unidos assumirem o controle da Faixa de Gaza.

"O que o presidente Trump declarou sobre sua intenção de deslocar os residentes de Gaza e colocar a região sob controle dos Estados Unidos à força é uma grave violação dos direitos humanos", afirmou um alto funcionário do Hamas à Fox News.

A liderança do grupo terrorista acusou Trump de "interferência em um assunto que não lhe diz respeito" e pediu a mobilização de governos internacionais contra a ideia.

Durante uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na última terça-feira (4), Trump sugeriu a realocação da população de Gaza para outros locais e o envolvimento dos EUA na reconstrução da região.

O plano proposto pelo ex-presidente incluiria:

• Remoção de bombas não detonadas e armas escondidas;
• Demolição de prédios destruídos pela guerra;
• Criação de uma zona de desenvolvimento econômico para fornecer empregos e moradias a longo prazo.

"Os Estados Unidos assumirão o controle da Faixa de Gaza e farão um grande trabalho lá. Vamos reconstruí-la e torná-la algo completamente diferente", disse Trump.

O ex-presidente também afirmou que Gaza poderia se tornar "a Riviera do Oriente Médio", com o potencial de atrair investimentos internacionais e proporcionar uma vida melhor para os habitantes da região.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, respondeu positivamente à sugestão de Trump, afirmando que "vale a pena considerar essa possibilidade".

"Acredito que essa ideia pode mudar a história e merece ser analisada com atenção", declarou Netanyahu.

Trump justificou sua proposta mencionando as terríveis condições de vida após mais de um ano de guerra em Gaza, descrevendo o território como "um verdadeiro campo de demolição".

"Não há praticamente um prédio de pé, e os que ainda existem vão desmoronar em breve. Simplesmente não há como viver em Gaza agora. Precisamos de uma nova localização que traga felicidade ao povo. Por décadas, só houve morte em Gaza", argumentou Trump.

O Hamas rejeitou veementemente a ideia e pediu esforços internacionais para impedir sua implementação.

"Exigimos uma ação regional e internacional urgente para pôr fim a esses planos maliciosos, pois qualquer tentativa de implementá-los desestabilizará a segurança da região e do mundo", declarou o porta-voz do grupo terrorista.

A organização também alertou que qualquer mudança no acordo de cessar-fogo em vigor pode resultar no colapso das negociações, colocando em risco a trégua atual.