A proposta de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já conta com 130 assinaturas na Câmara dos Deputados. O movimento, liderado pelo deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), surge em meio a acusações de que o governo teria cometido uma "pedalada fiscal" ao bloquear mais de R$ 6 bilhões do programa Pé-de-Meia, decisão que foi determinada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O governo tenta reverter o bloqueio na Justiça, mas a ação resultou na articulação da oposição para tentar abrir um processo de impeachment contra o chefe do Executivo.
Embora o movimento seja impulsionado principalmente pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o pedido de impeachment recebeu adesão de deputados de partidos que fazem parte da base do governo, incluindo União Brasil, PSD, PP, MDB e Republicanos. Além disso, também há assinaturas de parlamentares do Podemos, Cidadania, Novo, PRD e PSDB, bem como representantes das bancadas evangélica e do agronegócio.
Apesar da expressiva quantidade de assinaturas, o pedido ainda não foi oficialmente protocolado, e sua tramitação dependerá de uma decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que assumiu o cargo no último sábado (1º).
Mesmo com o avanço do pedido, a continuidade do processo depende exclusivamente de Hugo Motta. O precedente mais próximo na história recente ocorreu em 2016, quando o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), deu prosseguimento ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Naquele momento, a petista enfrentava uma forte rejeição popular e tinha apenas 10% de aprovação.
Motta se reuniu com Lula nesta segunda-feira (3) e sinalizou abertura ao diálogo com o presidente, o que pode indicar que ele não deverá dar andamento ao pedido de impeachment.
Reportado por Yasmin Alencar na Revista Oeste.