No sábado, o Hamas libertou seis reféns, marcando o fim da primeira etapa do acordo de cessar-fogo firmado no último mês. Essa fase inicial do acordo, que tem se mantido de forma frágil, previa a libertação dos últimos reféns vivos, agora entregues à Cruz Vermelha para transporte até Israel em três grupos distintos.
Detalhes da Libertação dos Reféns
- Primeiro grupo: Incluiu Tal Shoham, de 40 anos, e Avera Mengistu, de 39 anos, segundo informações da Fox News. Os reféns foram escoltados por terroristas do Hamas até os veículos da Cruz Vermelha após uma cerimônia encenada, realizada diante de centenas de palestinos que aplaudiam. Israel condenou publicamente essas demonstrações.
- Segundo grupo: Composto por Omer Wenkert, de 23 anos, Omer Shem Tov, de 22 anos, e Eliya Cohen, de 27 anos. O Hamas realizou outra cerimônia, na qual os três foram apresentados vestindo trajes militares, apesar de nenhum deles ser militar, antes de serem entregues à Cruz Vermelha.
- Último refém libertado: Hisham Al-Sayed, de 36 anos, foi o último a ser transferido para a Cruz Vermelha no sábado. Tanto Al-Sayed quanto Mengistu estavam detidos em Gaza há mais de dez anos, após terem entrado voluntariamente no enclave controlado pelo Hamas.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) divulgaram diversos vídeos mostrando o retorno dos reféns ao país.
Contrapartida de Israel no Acordo
Como parte do acordo de cessar-fogo, Israel deve libertar 620 prisioneiros palestinos ainda no sábado, de acordo com a NBC News. Essa libertação, a maior realizada até o momento no âmbito do cessar-fogo, incluirá:
- Mais de 150 prisioneiros cumprindo penas longas;
- Centenas de detidos após o ataque terrorista de 7 de outubro.
Violações do Acordo e Incertezas sobre a Próxima Fase
Com a conclusão da libertação dos últimos reféns vivos previstos na primeira fase, permanece incerto se o acordo avançará para a segunda etapa. O cessar-fogo tem se sustentado de forma precária por mais de um mês, mesmo diante de múltiplas violações atribuídas ao Hamas por Israel. Imagens dos reféns libertados, muitas vezes exibindo sinais de abuso e desnutrição, têm gerado indignação entre líderes israelenses e a população.
A próxima fase do acordo prevê a libertação de militares israelenses e a devolução de mais restos mortais mantidos em cativeiro pelo Hamas.
Caso da Família Bibas: Uma Violação Recente
Na quinta-feira, o Hamas entregou restos mortais que, segundo o grupo, pertenciam à família Bibas. No entanto:
- Testes forenses confirmaram que os restos mortais eram das crianças Ariel Bibas, de 4 anos, e Kfir Bibas, de 9 meses;
- Os restos apresentados como sendo da mãe, Shiri Bibas, pertenciam, na verdade, a uma mulher palestina não identificada.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou o incidente como uma "violação cruel e perversa" do acordo de cessar-fogo. O Hamas atribuiu o erro a uma falha e, no sábado, entregou novos restos mortais, que foram identificados como sendo de Shiri Bibas.
Causas da Morte das Crianças Bibas
Exames forenses nos restos mortais das crianças revelaram que Ariel e Kfir Bibas foram provavelmente assassinados por estrangulamento em novembro de 2023, segundo a IDF. O Hamas, por sua vez, alegou que as crianças teriam morrido em um ataque aéreo israelense. O porta-voz da IDF, Daniel Hagari, declarou:
"Ariel e Kfir Bibas foram assassinados por terroristas a sangue frio. Os terroristas não atiraram nos dois meninos — eles os mataram com as próprias mãos. Depois, cometeram atos horríveis para encobrir essas atrocidades."