O Hamas deve libertar neste sábado (8) três reféns israelenses do sexo masculino, marcando a quinta rodada de liberações desde o início do acordo de cessar-fogo em Gaza. No total, 79 reféns ainda permanecem sob custódia do grupo terrorista.
A lista dos reféns a serem libertados deve ser entregue pelo Hamas ao primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, nesta sexta-feira (7), antes de ser repassada ao diretor do Mossad, David Barnea.
Diferentemente das rodadas anteriores, quando os reféns foram soltos pela manhã, há temores de que declarações recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, possam ser usadas pelo Hamas como justificativa para atrasar ou comprometer a libertação.
Trump declarou que pretende destruir o Hamas e transferir os habitantes de Gaza para outros países, o que pode gerar um impasse nas negociações.
"As declarações de Trump influenciam o cessar-fogo e o acordo de reféns", disse um funcionário ao The Jerusalem Post. "Mas acredito que a fase um do acordo conseguirá absorver essa pressão e seguir em frente."
Neste final de semana, uma delegação israelense viajará ao Catar para continuar as negociações sobre a fase um do acordo, que chegará ao seu 21º dia no sábado, atingindo assim a metade do prazo estipulado.
Na quinta-feira (6), o enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, reuniu-se com o primeiro-ministro do Catar em Mar-a-Lago. O encontro abordou a possibilidade de avançar para a segunda fase do acordo de reféns, após discussões prévias com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em Washington.
Trump enfatizou seu compromisso com a libertação dos sequestrados:
"Não descansarei até que todos os reféns sejam devolvidos."
Enquanto isso, Netanyahu busca prorrogar a primeira fase do acordo, permitindo novas rodadas de liberação de reféns em troca de prisioneiros palestinos – inclusive aqueles com histórico de crimes graves. No entanto, mesmo que essa fase seja estendida, há ceticismo sobre sua duração. Alguns oficiais alertam que o prazo máximo pode ser somente mais uma rodada de libertações além do limite inicial de 42 dias.
Outro fator que pode impactar o andamento do acordo é a exigência de que Israel se retire do Corredor da Filadélfia – área estratégica que liga Gaza ao Egito – até o 50º dia do cessar-fogo. Netanyahu já expressou forte oposição a essa condição, mas há uma possibilidade de mudança de postura caso a liderança do Hamas aceite um exílio para fora da Faixa de Gaza.
A administração Trump, por sua vez, quer acelerar as negociações para a fase dois do acordo, que prevê a libertação de todos os reféns ainda detidos. Trump chegou a fazer um alerta contundente:
"Se eles não forem libertados, seremos ainda mais violentos."
"A possibilidade de uma fase dois dependerá de até que ponto Israel pode atender às exigências do Hamas e o que Israel pedirá em troca," disse um oficial. "Ambas as questões serão extremamente difíceis de resolver."
Reportado por Amichai Stein no The Jerusalem Post.