ANÁLISE

A Guerra Santa Para Aniquilar Israel: A Visão De Jihad Dos Grupos Palestinianos E Do Hezbollah

24/2/2025
thefarol.com

Uma carta recente enviada por grupos palestinos da chamada "resistência" em Gaza ao líder do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, reforça a visão de que o Irã e seus aliados terroristas encaram o conflito com Israel como uma Jihad, ou guerra santa, cujo objetivo final é eliminar o Estado judeu. Para essas facções, a disputa transcende questões como fronteiras, refugiados, prisioneiros ou assentamentos; trata-se, essencialmente, da própria existência de Israel no Oriente Médio.

Uma Guerra Religiosa, Não Política

Segundo a ideologia defendida pelo Irã e seus proxies, Israel não tem direito de existir em terras consideradas Waqf (propriedade islâmica sagrada). Eles argumentam que é dever de todos os muçulmanos erguer a bandeira da Jihad para erradicar o país, enxergando o confronto como uma batalha religiosa entre muçulmanos e não-muçulmanos que, em sua visão, "usurparam" territórios islâmicos. Na carta a Nasrallah, os grupos palestinos expressaram: "Com a vontade de Alá, testemunharemos sua força e sua Jihad em ação, ao lado de nossos irmãos do Eixo da Resistência — do Irã islâmico à Síria árabe, do valente Iraque ao querido Iêmen, que escreveu com sangue e pólvora os mais profundos significados de lealdade à Palestina e sua causa na história islâmica e árabe."

Chamado à Destruição de Israel

Os grupos também instaram os "heróis combatentes" a "abrir novamente os portões de Khaybar" e trabalhar pela "erradicação de Israel da existência". Eles afirmaram que a vitória está próxima, destacando os esforços dos combatentes em Gaza e na Cisjordânia. "Paciência até a vitória e a libertação completa da amada Palestina e seus santuários. Que Alá aceite sua Jihad, paciência e sacrifícios. É, de fato, uma Jihad de vitória ou martírio", concluíram. Khaybar, uma fortaleza judaica no deserto árabe conquistada por Maomé em 628 d.C., simboliza para esses grupos a subjugação e expulsão dos judeus, um destino que eles desejam repetir contra Israel. O grito de guerra "Khaybar, Khaybar, ó judeus! O exército de Maomé retornará!" — usado por Hamas desde a Primeira Intifada, em 1987 — reflete essa ameaça histórica.

Narrativa dos Mártires e da Jihad

Hezbollah, Hamas e a Jihad Islâmica Palestina frequentemente classificam seus membros mortos por Israel como "mujahideen" (guerreiros da Jihad), enfatizando que são muçulmanos devotos que sacrificaram suas vidas contra os "inimigos de Alá e do Islã". O Hezbollah, ao lamentar seus combatentes caídos, anuncia que cada um foi morto "no caminho para Jerusalém", reforçando a ideia de uma missão sagrada para libertar a cidade e a Mesquita de Al-Aqsa do controle judaico.

O Ataque de 7 de Outubro e a Al-Aqsa

O ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, batizado de "Inundação de Al-Aqsa", foi apresentado como uma resposta à suposta "profanação" da mesquita por judeus, em referência às visitas de judeus ao Monte do Templo. Essa narrativa busca pintar os judeus como "agressores" e "profanadores" do terceiro local mais sagrado do Islã, com o objetivo de mobilizar milhões de muçulmanos em apoio à causa palestina. Para o Hamas, o conflito é, antes de tudo, uma guerra religiosa.

Independentemente do desfecho das atuais hostilidades entre Israel e os proxies iranianos em Gaza e no Líbano, a posição de Hezbollah, Hamas e Jihad Islâmica Palestina permanece clara: eles não reconhecem o direito de Israel existir e veem sua presença como uma ameaça a todos os muçulmanos e árabes. Por considerarem o confronto uma guerra santa, qualquer cessar-fogo ou trégua (hudna) será apenas uma pausa temporária, um momento de descanso antes de retomarem a Jihad para destruir Israel.

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