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Estadão: Gleisi Hoffmann Na Secretaria De Relações Institucionais Complica Trabalho De Haddad

7/3/2025
thefarol.com
Joédson Alves/Agência Brasil.

A nomeação da deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) para a Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula, conforme analisado pelo jornal O Estado de S. Paulo em editorial de sexta-feira, 7 de março de 2025, sinaliza um futuro desafiador para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O jornal aponta que, apesar das tentativas de apaziguar tensões internas, a chegada da presidente do PT ao cargo reflete a direção que o governo tomará na segunda metade do mandato, restringindo ainda mais o espaço de Haddad na condução da política econômica.

O Estadão observa que Haddad, inicialmente visto como garantia de credibilidade econômica no início do governo, hoje atua apenas para evitar um colapso maior. "Ninguém acredita que ele conseguirá convencer Lula das mudanças necessárias", afirma o editorial. O pacote fiscal, prometido entre os turnos das eleições municipais, foi criticado por ministros como Luiz Marinho (Trabalho) e Carlos Lupi (Previdência), além de sabotado internamente por Rui Costa (Casa Civil). O jornal destaca que o plano, anunciado por Haddad em rede nacional, foi esvaziado e associado a uma proposta populista de isenção de Imposto de Renda até R$ 5 mil, o que reforça sua posição fragilizada.

Antes mesmo de Lula assumir, Gleisi defendeu uma emenda constitucional que ampliou gastos além da recomposição das políticas públicas afetadas pelo governo anterior, limitando as opções de controle fiscal de Haddad. Após a promulgação, o ministro criou o arcabouço fiscal para substituir o teto de gastos, conseguindo apoio no Congresso. No entanto, Gleisi trabalhou na direção oposta, restabelecendo os pisos constitucionais de saúde e educação e excluindo-os do arcabouço, contra a equipe econômica. No dia seguinte à aprovação na Câmara, o PT, sob pressão de Lula, garantiu a valorização do salário mínimo com ganhos reais, ignorando os limites fiscais recém-estabelecidos.

De acordo com a Revista Oeste, essas medidas comprimiram o espaço para investimentos e emendas no Orçamento, e Gleisi não recuou. Após criticar o "austericídio fiscal" de Haddad em 2024, ela declarou em 2025: "Entre mexer no salário mínimo e mudar o arcabouço, muda-se o arcabouço." Contrariado, Haddad ajustou as metas fiscais de 2025 e 2026. O Estadão enfatiza: "Dizer ‘não’ é tarefa árdua para o ministro da Fazenda, mas fica mais difícil com Gleisi, que trabalha com afinco para minar os esforços de contenção, superando até a oposição."

Em entrevista ao G1 na quarta-feira, 5, Gleisi afirmou que fará "tudo o possível para garantir 2026", referindo-se à reeleição de Lula. O jornal avalia que ela vê a política econômica de Haddad como o principal entrave a esse objetivo e, agora no Planalto, intensificará os esforços para enfraquecê-la. "Não é exagero dizer que Gleisi atuará para debilitar ainda mais a Fazenda, agora de dentro do governo", conclui o Estadão.

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