O Irã está em estado de alerta elevado devido a temores de que os Estados Unidos e Israel estejam prestes a atacar suas instalações nucleares clandestinas, segundo informações do jornal The Telegraph. Fontes de alto escalão do governo iraniano confirmaram que o regime elevou o nível de prontidão de seus sistemas de defesa, intensificando a proteção em torno dos locais nucleares com o uso de lançadores antiaéreos.
"Autoridades iranianas estão apenas esperando o ataque e o antecipam todas as noites. Tudo está em alerta máximo, até mesmo em locais desconhecidos", revelou uma fonte ao The Telegraph. O trabalho para fortificar essas instalações vem ocorrendo há anos, mas ganhou força no último ano, especialmente após o primeiro ataque de Israel. A vitória de Donald Trump nas eleições de novembro de 2024 "intensificou ainda mais essas atividades", segundo o informante. Há um temor crescente de que os EUA se juntem a Israel em um ataque iminente, o que ampliaria sua escala e poderia "colocar em risco a existência da República Islâmica".
O Wall Street Journal informou no início deste mês que análises das administrações Biden e Trump indicam a probabilidade de Israel realizar um ataque às instalações nucleares iranianas ainda em 2025, aproveitando o momento de fragilidade do Irã. Autoridades familiarizadas com o relatório apontam que Israel vê em Trump um aliado mais favorável a essa ação do que Biden. O exército americano acredita que seria necessário fornecer munições específicas, como bombas perfuradoras de bunkers, já que uma das instalações está sob uma montanha e apenas os EUA possuem armamentos capazes de atingi-la.
Em dezembro, a comunidade de inteligência dos EUA emitiu seu alerta mais grave até agora, sugerindo que o Irã poderia estar prestes a desenvolver armas nucleares. O país acumulou um grande estoque de urânio altamente enriquecido e estaria resolvendo detalhes técnicos para fabricar uma bomba, caso decida avançar politicamente. Apesar de o Irã negar oficialmente a intenção de criar armas nucleares, o relatório destacou um debate interno sobre o tema, indicando um possível interesse em desenvolver um artefato como medida de dissuasão.
Nos últimos meses, o Irã sofreu reveses significativos. Israel eliminou líderes do Hezbollah, milícia libanesa aliada e peça-chave na dissuasão contra ataques israelenses, além de danificar as defesas aéreas iranianas. A queda do regime de Assad na Síria privou Teerã de um aliado estratégico essencial. Ataques retaliatórios com mísseis iranianos contra Israel não causaram danos expressivos, enquanto a economia do país, já debilitada, enfrenta a perspectiva de uma nova campanha de "pressão máxima" de Trump.
Embora Trump tenha acenado para a possibilidade de negociações diplomáticas com o Irã, ele mantém uma postura firme, sinalizando disposição para usar a força militar contra o regime islâmico, sobretudo após tentativas de assassinato contra ele atribuídas ao Irã no último ano. Segundo informações do Daily Wire, a combinação de fraqueza interna e pressão externa coloca o país em uma posição vulnerável diante de um possível ataque conjunto dos EUA e Israel.