O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, declarou em entrevista ao Politico, publicada na quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025, que Israel conta com o presidente dos EUA, Donald Trump, para pressionar o Irã a abandonar seu programa nuclear. Ele alertou, porém, que uma "opção militar" pode ser necessária caso as iniciativas diplomáticas falhem. Sa’ar enfatizou a urgência da situação, destacando que o tempo para impedir Teerã de obter armas nucleares está se esgotando.

Sa’ar revelou que o regime islâmico já enriqueceu urânio suficiente para produzir "algumas bombas", o que poderia desencadear uma corrida nuclear no Oriente Médio, envolvendo países como Egito, Arábia Saudita e Turquia. Relatórios confidenciais da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), divulgados na mesma data, confirmam que o estoque iraniano de urânio enriquecido a até 60% — próximo dos 90% necessários para armas nucleares — aumentou 92,5 kg no último trimestre, totalizando 274,8 kg na forma de hexafluoreto de urânio. Segundo padrões da AIEA, essa quantidade, se mais enriquecida, seria suficiente para fabricar até seis bombas nucleares.

O ministro destacou que o Irã, conhecido por declarações antiamericanas e ameaças contra Israel, representa um risco de desestabilização para todo o Oriente Médio. Ele apontou que Teerã já destinou recursos significativos para esse fim, como o tráfico de armas e dinheiro para a Cisjordânia. "Se não conseguirmos deter o regime, as consequências serão graves para a região", afirmou Sa’ar.

Embora reconheça os esforços diplomáticos em curso, Sa’ar expressou ceticismo sobre seu sucesso. "Acredito que, para interromper o programa nuclear iraniano antes que ele se torne uma arma, uma opção militar confiável deve estar sobre a mesa", declarou. Ele vê na pressão de Trump uma oportunidade, mas insiste que Israel está preparado para agir militarmente se necessário, diante da crescente capacidade nuclear do Irã e de sua postura hostil, de acordo com o The Jerusalem Post.