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Zelensky Afirma Que Prosseguirá Com Negociações Com Os EUA Apesar De Tensões

3/3/2025
thefarol.com
ABC News/ Reprodução

De acordo com a Revista Oeste, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou no domingo, 2, que mantém a intenção de negociar com os Estados Unidos, mesmo após um encontro conturbado com o presidente Donald Trump na Casa Branca na sexta-feira, 28. Em entrevista à BBC, ele revelou que um acordo sobre a exploração de minerais de terras raras pela Ucrânia está pronto para ser assinado, apesar do desentendimento que levou ao cancelamento da proposta durante sua visita. "Quero apenas que a posição ucraniana seja ouvida", destacou Zelensky, enfatizando a busca por um "diálogo construtivo" e a crença de que "um resultado positivo virá" se houver boa-fé nas tratativas.

Zelensky viajou 12 horas de trem e mais 11 de avião para atender ao convite de Trump, que considera um gesto de respeito por parte de um dos principais parceiros da Ucrânia. No entanto, a reunião no Salão Oval terminou em atrito, sem assinatura do acordo e sem almoço, com Trump e o vice-presidente J.D. Vance repreendendo o ucraniano por suposta ingratidão ao apoio militar americano e afirmando que a Ucrânia não vencerá a guerra. Zelensky evitou comentar se sentiu uma emboscada, mas disse que a discussão "não trouxe nada positivo" para a paz e preferiu deixar o episódio "para a história", rejeitando pedidos de desculpas a Trump.

Apesar das tensões e da falta de contato direto desde sexta-feira, Zelensky se mostrou disposto a conversar novamente com Trump "se convidado para resolver problemas reais". Ele reforçou que nunca buscou insultar ninguém e sempre priorizou negociações bipartidárias com os EUA. Sobre a exposição pública de tratativas delicadas, alertou que isso pode beneficiar inimigos, mas mantém esperança de superar o impasse.

No mesmo domingo, em Londres, Zelensky participou de uma cúpula com líderes europeus organizada pelo premiê britânico Keir Starmer, discutindo garantias de segurança e uma iniciativa de paz liderada por Reino Unido e França. Ele descreveu o encontro como "um começo muito positivo", prevendo resultados "nas próximas semanas" com apoio de países como Turquia, nações bálticas e nórdicas. Encontros bilaterais incluíram o rei Charles III, em Sandringham, e a premiê italiana Giorgia Meloni, com quem discutiu um plano para encerrar a guerra. No X, Zelensky agradeceu à Itália e reiterou que "só Putin quer a continuação da guerra", pedindo unidade dos aliados.

Zelensky rejeitou propostas de paz que envolvam ceder territórios ocupados pela Rússia, chamando isso de "separação forçada" e "coerção" que poderia reacender hostilidades. "Se a guerra terminar de forma injusta, será questão de tempo até que as pessoas busquem justiça", afirmou, insistindo que a Ucrânia "não quer nada que não lhe pertença" e alertando contra narrativas que equiparem os dois lados. Ele evitou responder diretamente sobre uma trégua temporária proposta por Reino Unido e França, dizendo apenas em inglês: "Estou ciente de tudo".

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