Afirmar que a British Broadcasting Corporation (BBC) é a maior fonte de antissemitismo na Europa não é novidade. Antes mesmo do massacre promovido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, o Centro Simon Wiesenthal já listava as principais organizações antissemitas globais, colocando a BBC em terceiro lugar, atrás apenas de Irã e Hamas. Esse destaque foi conquistado por anos de incitação antissemita marcada por mentiras e uma linguagem tendenciosa, conforme aponta esta análise de opinião.

A emissora britânica construiu sua reputação com conteúdos que, sob uma fachada de cortesia e linguagem refinada, destilam preconceitos. Alguns criadores da BBC expuseram abertamente seu antissemitismo em postagens como "Hitler estava certo" ou "Israel é pior que os nazistas", mas a maioria opera com sutileza, misturando propaganda ao estilo Al Jazeera em uma xícara de chá inglês, distribuída para lares na Inglaterra e além. Na cobertura da guerra Israel-Hamas, a BBC alinhou-se ao grupo terrorista de Gaza, tratando suas informações como fatos objetivos, minimizando as ações de uma organização descrita como sádica e atribuindo a Israel crimes de guerra fictícios.

No último mês, a emissora lançou um documentário sobre o sofrimento das crianças de Gaza, atribuído à suposta crueldade de Israel. Apresentado como jornalismo confiável, o filme omitiu que o narrador, uma criança, é filho de um alto comandante do Hamas e que os produtores, sob supervisão do grupo, já criaram conteúdos celebrando o massacre de 7 de outubro. O caso poderia ser apenas mais um deslize rotineiro da BBC, seguido de um pedido de desculpas protocolar, mas outro evento recente chama atenção.

Na semana passada, a emissora estatal de Israel destacou um relatório da Community Security Trust britânica intitulado "Explosão de Antissemitismo na Grã-Bretanha". O estudo revelou um aumento drástico de incidentes antissemitas no Reino Unido, observando que "a rapidez com que antissemitas se mobilizaram em 7 de outubro e logo após demonstra que o crescimento do antissemitismo foi uma celebração do ataque do Hamas, não uma reação à resposta militar de Israel em Gaza". Isso sugere uma conexão direta entre a propaganda da BBC e o clima de hostilidade.

Seria o antissemitismo britânico um produto da narrativa da BBC, ou a emissora apenas reflete um sentimento público preexistente? A questão remete ao dilema do ovo e da galinha, mas a relação entre ambos é inegável. Décadas de propaganda tóxica moldaram mentes, transformando preconceito em violência crescente nas ruas do Reino Unido. Embora a BBC ocupe o terceiro lugar no ranking de antissemitismo, sua influência pode ser mais perigosa que a de Irã e Hamas, que podem ser derrotados militarmente. A BBC, fora do alcance de radares, só mudará quando perceber que extremistas como o Hamas ameaçam não apenas os judeus, mas todo o mundo livre — com os judeus apenas no caminho.

Com mais de 1.500 violações registradas na cobertura da guerra contra Israel, a BBC segue como uma máquina de difusão de ódio que exige atenção global.

Opinião de Anat Vidor no Jerusalem Post.