De acordo com a Revista Oeste, pesquisas recentes da Quaest e do Datafolha apontam que declarações consideradas ofensivas às mulheres contribuíram para uma queda significativa na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre o eleitorado feminino. Comentários como a comparação entre democracia e amantes e uma piada sobre violência doméstica após jogos de futebol geraram ampla reprovação, agravada pela percepção de negligência do governo em relação às demandas das mulheres.

De acordo com a Quaest, a aprovação geral do governo caiu de 52% para 47%. O Datafolha, por sua vez, registrou um declínio ainda mais acentuado entre as mulheres: a avaliação positiva despencou de 38% para 24%, uma perda de 14 pontos percentuais. Essa insatisfação ganhou força com a saída de ministras como Nísia Trindade, substituída por um homem no Ministério da Saúde, o que alimentou a percepção de que o governo não cumpre a promessa de priorizar o protagonismo feminino feita durante a campanha.

Muitas eleitoras veem as falas de Lula como machistas e criticam a falta de políticas públicas voltadas às mulheres. A substituição de ministras e a ausência de ações concretas reforçam a sensação de despriorização. Outro ponto de desgaste foi a resposta de Lula à alta dos preços dos alimentos, sugerindo que consumidores deixassem de comprar produtos caros. Especialistas destacam que essa declaração afetou especialmente as mulheres, principais gestoras do orçamento doméstico e mais impactadas pela inflação, que se sentiram desrespeitadas e ignoradas.

Aliadas do governo tentam amenizar a crise. Gleisi Hoffmann, presidente do PT, defende que Lula é o maior incentivador da participação feminina na política, enquanto a deputada Benedita da Silva atribui a queda na aprovação à disseminação de fake news. No entanto, essas justificativas não encontram eco entre as eleitoras, que mantêm suas críticas às posturas e ações do presidente.