Nesta sexta-feira, 7 de março de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fará sua primeira visita a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em seu terceiro mandato. O evento, agendado para as 13h35 na agenda oficial, ocorrerá em Campo do Meio, sul de Minas Gerais, a 335 km de Belo Horizonte, e é interpretado como um passo para suavizar as desavenças recentes entre o governo e o movimento.

A cerimônia será realizada na Escola Eduardo Galeano, no assentamento Quilombo Campo Grande, reconstruída após sua demolição em 2020 durante confrontos com a Polícia Militar em um processo de reintegração de posse. A escolha do local, palco de um dos maiores conflitos fundiários do país, simboliza, segundo Silvio Netto, dirigente do MST em Minas, "a retomada da reforma agrária pelo Estado brasileiro". Ele destacou à Folha de S.Paulo: "Isso nos recoloca em harmonia com o governo, mas o MST mantém sua autonomia."

Durante o evento, o governo divulgará a destinação de 12.297 lotes em 138 assentamentos, distribuídos por 24 estados, incluindo Quilombo Campo Grande. Outro destaque será o lançamento do Desenrola Rural, programa voltado à renegociação de dívidas de produtores rurais, reforçando o compromisso com o setor agrário.

A visita ocorre após divergências entre o MST e o governo, especialmente com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT). Netto evitou críticas diretas ao ministro, deixando sua permanência a critério de Lula. Segundo a Folha, aliados do presidente veem o evento como um teste para avaliar a continuidade de Teixeira no cargo, em meio a pressões por ajustes na pasta.

A presença de Lula no assentamento é um gesto de reaproximação com o MST, um aliado histórico do PT que enfrentou tensões com o governo atual. A iniciativa sinaliza um esforço para fortalecer laços e avançar na agenda de reforma agrária, enquanto o movimento reafirma sua independência, de acordo com a Revista Oeste.