A Casa Branca anunciou no domingo, 23 de fevereiro de 2025, seu apoio à decisão de Israel de bloquear o envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza até que o Hamas concorde com uma extensão do cessar-fogo, conforme comunicado obtido pela Fox News. A medida reflete uma mudança de estratégia após o término da primeira fase do acordo entre Israel e o Hamas, que expirou no sábado, 22, sem avanços para a próxima etapa.

Brian Hughes, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, declarou: "Israel negociou de boa-fé desde o início desta administração para garantir a libertação dos reféns mantidos por terroristas do Hamas. Apoiaremos suas próximas decisões, já que o Hamas indicou desinteresse em um cessar-fogo negociado." A declaração veio horas após Israel suspender a entrada de suprimentos em Gaza, decisão coordenada com a administração Trump, segundo um oficial israelense.

O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou via X: "Com o fim da primeira fase do acordo de reféns e diante da recusa do Hamas em aceitar a proposta de Steve Witkoff, à qual Israel concordou, Netanyahu decidiu: a partir desta manhã, a entrada de bens e suprimentos em Gaza está suspensa." O comunicado acrescentou: "Israel não permitirá um cessar-fogo sem a libertação dos reféns. Se o Hamas persistir na recusa, haverá consequências adicionais." A proposta de Witkoff, enviada pelo enviado do Oriente Médio de Trump, sugeria estender a primeira fase até 20 de abril, cobrindo Ramadã e Páscoa.

O Hamas acusou Israel de tentar sabotar o frágil cessar-fogo, classificando a suspensão da ajuda como "extorsão barata, crime de guerra e ataque descarado ao acordo". Em nota, o grupo afirmou: "A decisão de bloquear a ajuda é mais uma prova do fracasso de Israel em cumprir seus compromissos e uma continuação do genocídio contra nosso povo, privando-o de comida, água e remédios." Eles alegam que as entregas deveriam prosseguir durante as negociações da segunda fase.

Na primeira fase, encerrada sábado, o Hamas libertou 25 reféns israelenses vivos e os restos mortais de outros oito, enquanto Israel soltou quase 2.000 prisioneiros palestinos e permitiu um aumento na ajuda humanitária. Apesar disso, disputas marcaram o período, com acusações mútuas de violações. A segunda fase previa a libertação dos reféns restantes em troca de uma retirada israelense e um cessar-fogo permanente, mas as negociações estagnaram. A proposta de extensão incluía a soltura de metade dos reféns no primeiro dia e o restante após um acordo final.

De acordo com o Fox News, o conflito começou em 7 de outubro de 2023, com um ataque surpresa do Hamas que matou cerca de 1.200 pessoas e sequestrou mais de 251. Dos 59 reféns ainda em poder do grupo, 32 são considerados mortos. A ofensiva israelense em resposta causou mais de 48.000 mortes em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, que não diferencia civis de combatentes.