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Trump Avalia Plano Para Interromper Suprimento De Petróleo Iraniano Com Inspeções No Mar

6/3/2025
thefarol.com
The Jerusalem Post/ Reprodução.

A administração do presidente dos EUA, Donald Trump, está analisando uma estratégia para deter e inspecionar navios-tanque iranianos em alto-mar, utilizando um acordo internacional contra a proliferação de armas de destruição em massa, segundo fontes informaram à Reuters em 25 de fevereiro de 2025. O objetivo é intensificar a campanha de "pressão máxima" para isolar o Irã economicamente e zerar suas exportações de petróleo, impedindo o país de desenvolver armas nucleares.

Trump implementou duas rodadas de sanções contra o Irã nas primeiras semanas de seu segundo mandato, mirando empresas e a chamada "frota sombria" de navios-tanque antigos que transportam petróleo de nações sancionadas sem seguro ocidental. Essas medidas, embora alinhadas às ações limitadas do governo Biden — período em que o Irã aumentou suas exportações via redes de contrabando —, agora podem ganhar um novo patamar. Seis fontes anônimas revelaram que a administração estuda formas de usar aliados para inspecionar navios em pontos estratégicos, como o Estreito de Malaca, na Ásia, atrasando entregas e expondo envolvidos a sanções e danos à reputação.

"Não é preciso afundar navios ou prender pessoas para criar um efeito dissuasor", disse uma fonte. "O atraso nas entregas gera incerteza nas redes de comércio ilícito." A proposta considera o uso da Iniciativa de Segurança contra a Proliferação (PSI), lançada em 2003 com apoio dos EUA e assinada por mais de 100 países, para justificar as inspeções. John Bolton, negociador americano na criação da PSI, afirmou à Reuters que seria "totalmente justificado" empregá-la para frear as exportações de petróleo iraniano, fonte crucial de receita para atividades nucleares e terrorismo. O Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, que avalia a viabilidade dessas operações, não respondeu a pedidos de comentários, assim como os ministérios iranianos de Petróleo e Relações Exteriores.

Trump já havia tentado bloquear cargas iranianas em 2023, sob Biden, levando o Irã a retaliar com a captura de navios estrangeiros, como um da Chevron, o que elevou os preços do petróleo. Agora, com preços abaixo de US$ 75 por barril, analistas como Ben Cahill, da Universidade do Texas, veem mais margem para ações agressivas. "Seria mais difícil com petróleo a US$ 92", disse ele, estimando que medidas duras poderiam cortar 750 mil barris diários das exportações iranianas a curto prazo, embora a eficácia diminua com o tempo, conforme Irã e compradores, como a China, encontram alternativas. Em 2023, Teerã faturou US$ 53 bilhões com exportações, segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA.

A Casa Branca também pressiona o Iraque para retomar exportações de petróleo da região curda, o que compensaria perdas iranianas, sob ameaça de sanções conjuntas. Enquanto isso, países nórdicos, como a Finlândia, alertam para riscos ambientais de navios sem seguro navegando perto de suas costas, mas ações contra o petróleo russo ou iraniano ainda são limitadas. Segundo o The Jerusalem Post, o presidente iraniano Masoud Pezeshkian, em discurso ao Parlamento em 2 de março, criticou as sanções de Trump, que afetam navios em alto-mar, deixando-os incertos sobre o descarregamento de cargas.

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