ECONOMIA

Haddad Afirma Que Queda Do Dólar E Safra Robusta Devem Conter Inflação Dos Alimentos

4/2/2025
thefarol.com
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta terça-feira (4) que a recente desvalorização do dólar e a previsão de uma safra agrícola mais forte podem ajudar a frear a alta dos preços dos alimentos no Brasil. A afirmação ocorreu no mesmo dia em que o Banco Central alertou para o aumento nos custos e o risco de um impacto prolongado na inflação nos próximos meses.

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central destacou que fatores como a estiagem prolongada e o aumento nos preços das carnes, impulsionado pelo ciclo do boi, têm pressionado a inflação dos alimentos. Haddad afirmou que a queda do dólar, de R$ 6,10 para R$ 5,80, já representa um fator positivo para controlar esse movimento.

"Com a ação do Banco Central e do Ministério da Fazenda, essas variáveis macroeconômicas se acomodam em outro patamar e isso certamente vai favorecer a economia. Estou muito confiante de que a safra deste ano será muito forte, segundo relatos do setor agropecuário. Isso também ajudará a segurar os preços", disse o ministro em conversa com jornalistas.

A alta dos preços dos alimentos tem sido uma preocupação constante do governo federal desde 2023, afetando diretamente a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com pesquisas indicando que o encarecimento dos produtos nos supermercados gerava insatisfação popular, Lula cobrou seus ministros para encontrarem soluções para conter a inflação no setor.

A pressão gerou debates internos sobre possíveis medidas emergenciais, incluindo fiscalização mais rigorosa e até controle de preços. No entanto, após reuniões com a equipe econômica, os ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) descartaram qualquer tipo de intervenção drástica.

Carlos Fávaro sugeriu ajustes no Plano Safra para ampliar a oferta de produtos agrícolas, mencionando a possibilidade de redução nas taxas de juros do programa. Lula também descartou a adoção de medidas extremas, como controle de cotas ou operações de fiscalização ostensiva.

"Não tomarei nenhuma medida daquelas que são bravata. Não colocarei cota, nem helicóptero para fiscalizar fazenda, nada que leve ao surgimento de mercado paralelo", afirmou o presidente na semana passada. Ele mencionou, ainda, que o governo pretende ampliar o crédito para pequenos e médios produtores, prometendo uma "bomba" positiva de recursos para incentivar a produção.

Reportado por Guilherme Grandi na Gazeta do Povo.

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