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Especialista Em Segurança De Israel Prevê Próxima Fase Da Guerra Mais Curta E Intensa

10/3/2025
thefarol.com
IDF Spokesperson's Unit photographer/Wikimedia Commons.

As negociações para libertar reféns israelenses detidos pelo Hamas estão em um impasse, enquanto o novo chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (IDF), tenente-general Eyal Zamir, assumiu o cargo na quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025, prometendo que 2025 será "um ano de guerra" focado em Gaza e no Irã. Horas depois, o presidente dos EUA, Donald Trump, renovou suas ameaças ao Hamas, afirmando que "será o fim" para o grupo se os 59 reféns restantes não forem libertados, intensificando a pressão após o fim de um cessar-fogo temporário no fim de semana anterior.

Gabriel Ben-Dor, especialista em ciência política e segurança nacional da Universidade de Haifa, disse ao The Media Line: "Todos os atores estão em um cruzamento. Israel deve escolher entre intensificar a guerra em Gaza ou priorizar os reféns, enquanto Trump decide como concretizar suas ameaças." Eleito em meio à guerra Israel-Hamas, Trump ajudou a negociar um cessar-fogo de seis semanas, expirado recentemente, que libertou 38 reféns em troca de quase 2.000 prisioneiros palestinos e permitiu mais ajuda humanitária em Gaza. Apesar do fim oficial da trégua, os combates não foram retomados.

Dos 255 reféns capturados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, 59 permanecem em Gaza, com pelo menos 35 considerados mortos. Após o Hamas rejeitar a proposta do enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, para estender o cessar-fogo, Israel fechou os cruzamentos para Gaza no início da semana, bloqueando ajuda humanitária — medida apoiada pelos EUA. O Hamas busca um acordo permanente, mas Israel reluta em retirar completamente suas forças enquanto o grupo mantiver o poder. Kobi Michael, do Instituto de Estudos de Segurança Nacional, afirmou: "Os objetivos de Israel e Hamas são irreconciliáveis. Mesmo com mais concessões, Israel não aceita a permanência do Hamas."

Zamir, substituindo Herzi Halevi — criticado pela falha em prevenir o ataque inicial do Hamas —, ordenou planos mais agressivos para Gaza, segundo a mídia israelense. Michael prevê: "A próxima fase será mais curta, mais intensa e resultará em Gaza sem Hamas." Ele destaca que o amplo apoio de Trump, incluindo um recente envio maciço de armas, dá a Israel liberdade para impor um governo militar e evacuar civis, apesar das graves consequências. Ben-Dor concorda: "Zamir precisa criar uma IDF mais letal e eficaz, com maior uso de surpresa e concentração de forças."

Trump, que ameaçou o Hamas com "um inferno a pagar", pode intensificar o suporte a Israel com armas letais, bloqueios rigorosos e pressão sobre aliados do Hamas, como Turquia e Qatar, segundo Ben-Dor. "Se Trump não cumprir suas ameaças, perderá credibilidade", alerta. Após a rejeição do plano de Witkoff, Trump propôs evacuar 2 milhões de palestinos de Gaza, ideia condenada pelo mundo árabe. O Egito sugeriu remover o Hamas e restaurar a Autoridade Palestina (AP), mas Israel e Trump rejeitaram, exigindo o desarmamento total do Hamas e opondo-se à AP por considerá-la apoiadora do terrorismo.

Conforme o The Jerusalem Post,na quinta-feira, 27, a Força Aérea israelense realizou um exercício conjunto com os EUA, focado em "coordenação operacional contra ameaças regionais", um sinal a Teerã. Michael observa: "Se Israel eliminar o Hamas em Gaza, isso impactará as negociações com o Irã, mostrando que as regras mudaram." Ben-Dor acrescenta: "Israel não atacará o Irã sem coordenação com os EUA, mas enquanto houver diplomacia, um ataque iminente está descartado."

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