O ex-presidente Jair Bolsonaro intensifica esforços para garantir o apoio do partido Republicanos ao projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, buscando pressionar o Congresso Nacional a debater o tema. A estratégia depende fortemente da influência do Republicanos, que tem como figuras-chave o presidente da Câmara, Hugo Motta (PB), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Bolsonaro planeja se encontrar ainda nesta semana com Marcos Pereira, presidente do Republicanos, antes de uma manifestação marcada para domingo, 16 de março de 2025, focada na anistia. Ele já se reuniu com líderes do centrão, como Gilberto Kassab (PSD), Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), somando 244 votos entre PL, PSD, União Brasil e PP — ainda insuficientes para os 257 necessários na Câmara. Com 44 deputados, o Republicanos é visto como peça-chave para alcançar a meta.

O projeto enfrenta obstáculos, pois líderes da Câmara consideram o clima político inadequado, priorizando pautas de consenso no início do mandato legislativo. Hugo Motta evita atritos com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que também não vê o momento como propício. Caso aprovado na Câmara, o texto segue ao Senado, onde ainda não há maioria garantida, embora um resultado favorável possa influenciar os senadores, especialmente com o desgaste do governo Lula.

Para Bolsonaro, a anistia é uma bandeira central, e ele tem apelado pessoalmente aos líderes partidários. Interlocutores de Alcolumbre sugerem que a proposta pode ganhar força se a popularidade do governo atual enfraquecer, mas, por ora, a resistência prevalece nas duas Casas do Congresso,segundo a Revista Oeste.