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Presidente Interino Da Síria Firma Acordo Com Líder Curdo Após Massacre De Minorias

11/3/2025
thefarol.com
Daily Wire/Reprodução.

Na segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025, o presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, assinou um acordo de integração com Mazloum Abdi, comandante das Forças Democráticas Sírias (SDF), lideradas pelos curdos, a ser implementado até o fim do ano. O pacto visa garantir a inclusão dos curdos no Estado sírio, reconhecendo oficialmente sua comunidade no leste do país e concedendo cidadania a dezenas de milhares antes negada pelo regime de Bashar al-Assad.

Segundo Sharaa, o acordo assegura “os direitos de todos os sírios na representação e participação no processo político e nas instituições estatais com base na competência, independentemente de origem étnica ou religiosa”. Ele reverte restrições de Assad, como a proibição da língua curda nas escolas e de feriados curdos, integra instituições curdas do nordeste ao Estado sírio e permite o retorno de curdos deslocados sob proteção estatal. Em troca, os curdos se comprometeram a apoiar o combate a remanescentes do regime de Assad e outras ameaças, conforme a agência curda Rudaw.

A assinatura ocorre após militantes ligados a Sharaa realizarem assassinatos brutais contra a minoria alauíta — ligada a Assad — em retaliação a ataques contra forças de segurança do novo regime. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), sediado no Reino Unido, relata que ao menos 973 civis, incluindo mulheres e crianças, 300 membros das forças de segurança e 148 militantes pró-Assad foram mortos. No domingo, 23, Sharaa anunciou uma comissão para investigar os massacres e pediu “unidade nacional” em discurso numa mesquita em Damasco.

Mazloum Abdi celebrou o acordo no X como “uma oportunidade real de construir uma nova Síria inclusiva”. Multidões tomaram as ruas das principais cidades sírias em apoio. Bafel Talabani, líder da União Patriótica do Curdistão (PUK) no Iraque, chamou-o de “passo positivo para a coexistência”, enquanto o Partido Democrático do Curdistão (KDP) o classificou como “histórico”. Diliman Abdulkader, especialista em política curda, reconheceu a necessidade política do acordo, mas expressou cautela, destacando os 15.000 curdos mortos contra o ISIS e seu papel como “decisores do futuro sírio”.

Sharaa, ex-líder da Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ligada à Al-Qaeda, derrubou Assad em dezembro de 2024 com apoio do grupo, antes designado como terrorista pelos EUA. Ele rejeitou a criação de uma unidade especial curda no exército sírio, exigência das YPG, parte da SDF apoiada pelos EUA, segundo a CNN.

O acordo não abrange os drusos do sul, que Israel prometeu proteger, nem resolve os ataques a cristãos, como a morte de dois gregos antioquianos e a profanação de um ícone em Tartous, conforme o Greek City Times. Líderes cristãos sírios condenaram a violência e apelaram por reconciliação nacional na semana passada,de acordo com o Daily Wire.

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