Na segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, descreveu os contatos diretos do enviado para reféns de Donald Trump, Adam Boehler, com oficiais do Hamas como uma "situação pontual" que, até o momento, "não deu frutos". Falando a jornalistas a caminho da Arábia Saudita, Rubio destacou que o principal canal de negociações será Steve Witkoff, enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, que se reunirá em Doha com uma delegação israelense enviada no mesmo dia para retomar as conversas sobre reféns.
"Era uma oportunidade única para nosso enviado especial para reféns falar diretamente com quem controla essas pessoas. Ele foi autorizado e incentivado a fazê-lo", disse Rubio. "Por enquanto, não houve resultados, mas isso não significa que foi errado tentar." Segundo Rubio, Witkoff continuará liderando as negociações, enquanto Boehler focou em uma abordagem isolada para libertar reféns americanos.
A ação de Boehler, revelada recentemente, surpreendeu Israel, que reagiu com críticas nos bastidores. Um relatório do Axios citou o ministro Ron Dermer dizendo ao gabinete de segurança no domingo, 23, que as conversas de Boehler não refletiam a posição da Casa Branca, com garantias de que não se repetiriam. Witkoff, por sua vez, prometeu a Israel evitar contatos diretos com o Hamas sem "concessões tangíveis". A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump "apoia totalmente" Boehler, apesar das tensões.
A nova rodada de negociações em Doha aborda uma proposta apoiada pelos EUA para o Hamas libertar 10 reféns vivos, incluindo Edan Alexander, em troca de mais 60 dias de cessar-fogo. Na manhã de segunda-feira, o Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos exigiu que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu desse "pleno mandato" aos negociadores para um acordo que liberasse todos os 59 reféns — vivos e mortos — em uma única fase. "O atraso nas negociações custará mais vidas", alertou o grupo. Dos reféns, 24 estão vivos e 35 confirmados mortos, segundo Israel.
Familiares intensificaram os apelos no Knesset. Yotam Cohen, irmão de Nimrod Cohen, questionou: "Quem é Adam Boehler para tentar trazer meu irmão de volta?" Alon Nimrodi, pai de Tamir Nimrodi, criticou a demora: "As negociações deveriam ter começado no 16º dia da trégua, não no 57º." Kobi Ohel, pai de Alon Ohel, relatou que reféns libertados mal reconheceram seu filho em fotos devido à desnutrição. Para o Purim, famílias distribuíram pacotes com pão pita seco e uma citação de Eli Sharabi: "Abrir a geladeira é tudo."
Israel cortou a eletricidade de Gaza após o Hamas ignorar o prazo de sábado, 22, afetando uma usina de dessalinização. Famílias de reféns ameaçaram recorrer à Suprema Corte se a decisão não for revertida em 24 horas, alegando risco às vidas dos cativos,segundo o The Times Of Israel.