O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) emitiu, na segunda-feira, 10 de março de 2025, um comunicado expressando preocupação com a escalada de violência na Síria, que já deixou mais de mil mortos, majoritariamente civis. Diante do agravamento dos confrontos, o governo brasileiro atualizou suas diretrizes de segurança, recomendando que brasileiros residentes ou em trânsito no país deixem a região imediatamente por meios próprios.

No comunicado, o Itamaraty repudiou o uso da violência e defendeu uma "transição política pacífica e inclusiva", respeitando a "independência, unidade, soberania e integridade territorial da Síria". O alerta consular desaconselha qualquer viagem ao país e orienta os brasileiros que permanecerem a evitar áreas de risco, manifestações e aglomerações, além de manter documentos como passaportes (com validade mínima de seis meses) atualizados. A Embaixada em Damasco está disponível para emergências pelo número +963 933 21 34 38 e por e-mail.

Os confrontos, que entraram no terceiro dia, opõem as forças de segurança do presidente interino Ahmad Sharaa — líder da coalizão sunita que derrubou Bashar al-Assad — à minoria alauíta, ligada ao ex-ditador. Em discurso numa mesquita em Damasco no domingo, 9, Sharaa pediu "unidade nacional e paz civil", reconhecendo os desafios como "previsíveis". O Observatório Sírio para os Direitos Humanos relatou que os combates na costa mediterrânea estão entre os mais graves em 13 anos de guerra civil, com ataques noturnos a forças de segurança e emboscadas em rodovias.

Embora não haja registros de brasileiros entre as vítimas, segundo o Itamaraty, o grupo no poder é acusado de "limpeza étnica sistemática" contra os alauítas. Sharaa, que assumiu após a queda de Assad, busca preservar a coesão nacional, mas a violência persiste, agravando a crise humanitária no país,de acordo com a Revista Oeste.